REZAR O DOMINGO PRIMEIRO DA QUARESMA
22 DE FEVEREIRO DE 2015
Evangelho segundo Marcos 1, 12-15
Naquele tempo, o Espírito Santo impeliu Jesus para o deserto. Jesus esteve no deserto quarenta dias e era tentado por Satanás. Vivia com os animais selvagens e os Anjos serviam-n’O. Depois de João ter sido preso, Jesus partiu para a Galileia e começou a pregar o Evangelho, dizendo: «Cumpriu-se o tempo e está próximo o reino de Deus. Arrependei-vos e acreditai no Evangelho».
Quarta, 18: ENTRAR NA QUARESMA
A Igreja entra na Quaresma. A meio da semana, sou convidado a celebrar uma eucaristia especial, em que me serão dirigidas as palavras finais do evangelho do próximo domingo. Senhor, neste dia, mostra-me o essencial: não para me dar uma cara... «de Quaresma», mas sim para derrubar tudo o que me afasta da tua Palavra. As cinzas, que guardo na minha cabeça, são a pequena liturgia que me recorda a decisão de me voltar para Ti: Obrigado, Senhor.
Quinta, 19: A VIDA SELVAGEM
Sem pensar numa «Quaresma de heróis» (que não é desejada por Deus), imagino Jesus «tentado por Satanás». A concisão de São Marcos é uma ocasião para percorrer a tranquila imagem de Jesus entre os «animais selvagens», prefigurando uma nova criação. O profeta Isaías pode-me ajudar (Isaías 11, 6-9): Jesus entre animais como o lobo, o urso, a serpente. O «serviço» dos anjos mostra já que Jesus é o Príncipe do Bem, vencedor da violência. Satanás vencido, o mundo selvagem já não mete mais medo. A minha oração é habitada pela paz de Jesus que dá continuidade à sua vitória.Sexta, 20: ONDE FICA A MINHA GALILEIA?
Logo no início do evangelho, João desaparece. Ele foi o percursor, Jesus ocupará doravante a cena. Uma cena na Galileia. Em São Marcos, esta é a região onde se cumpre a Boa Nova, o lugar dos milagres, bem como do envio dos discípulos em missão por parte de Cristo ressuscitado. Por contraste, a Judeia (lugar do batismo) e Jerusalém (onde Jesus sofrerá a Paixão) são lugares de confronto com a morte. Quando Jesus parte para a Galileia, o que tenho de fazer para melhor o seguir?Sábado, 21: ENTRE DOIS TEMPOS
Num versículo, Jesus apresenta a totalidade do «programa». O meu batismo faz-me mergulhar entre dois tempos: o tempo cumprido (o meu passado); o Reino de Deus que está próximo (o meu futuro). Com os olhos de Deus, revejo toda a minha existência, desde o nascimento até à morte (um dia, ela chegará!) lembrando-me de Jesus que, há dois mil anos, já expressou a situação em que me encontro. O presente não deixa de surgir para desaparecer depois: frustrante, não? Sou o fruto duma história santa e Deus espera-me com alegria no Seu Reino: excelente, não?Domingo, 22: UMA IGREJA QUE SE VOLTA PARA DEUS
Desde o início da Bíblia, Deus expressa o seu desejo de caminhar com a Humanidade. «Estabelecerei a minha aliança convosco» — diz a Noé, no livro dos Génesis. A segunda leitura também nos esclarece. Recordando a história de Noé e a de Jesus Cristo que «morreu uma só vez pelos pecados», São Pedro explica-nos que o nosso batismo não é uma blindagem contra a «imundice corporal», mas um «compromisso para com Deus», que nos faz desde já participar na vida eterna. Na missa, que congrega todos os batizados, membros do Corpo de Cristo, alegro-me por pertencer à Igreja que se volta para Deus e prefere ser «uma Igreja acidentada, ferida e enlameada por ter saído pelas estradas, a uma Igreja enferma pelo fechamento e a comodidade de se agarrar às próprias seguranças» (Papa Francisco).© www.versdimanche.com
© tradução e adaptação de Laboratório da fé, 2015