PREPARAR O DOMINGO DÉCIMO OITAVO

3 DE AGOSTO DE 2014


Isaías 55, 1-3

Eis o que diz o Senhor: «Todos vós que tendes sede, vinde à nascente das águas. Vós que não tendes dinheiro, vinde, comprai e comei. Vinde e comprai, sem dinheiro e sem despesa, vinho e leite. Porque gastais o vosso dinheiro naquilo que não alimenta e o vosso trabalho naquilo que não sacia? Ouvi-Me com atenção e comereis o que é bom; saboreareis manjares suculentos. Prestai-Me ouvidos e vinde a Mim; escutai-Me e vivereis. Firmarei convosco uma aliança eterna, com as graças prometidas a David.



Prestrai-Me ouvidos e vinde a Mim


O texto no seu contexto
. O poema proposto para primeira leitura do décimo oitavo domingo (Ano A) pertence ao final do Segundo Isaías, que como bem sabemos, repete dois tópicos teológicos: um, o regresso a Judá a partir do desterro na Babilónia, como se tratasse de um «segundo êxodo» vivido pelo povo. O segundo tópico é o da reconstrução de Jerusalém, referida com o nome teológico de Sião, cidade eleita por Deus. A boa notícia que se anuncia é que Jerusalém, que tinha sido devastada, vai ser construída. A cidade, que antes não tinha nada para oferecer, agora convida a comer manjares suculentos e a beber em abundância. Surpreende o final, a «aliança eterna» e «as graças prometidas a David», pois não são temas específicos da teologia do Segundo Isaías, embora não destoem do resto do livro, que é um texto de consolação e de esperança, assegurando que há um futuro e que esse futuro é trazido pelo próprio Deus.

O texto na história da salvação. Deus tinha prometido e Deus cumpre; mas entre «promessa e cumprimento» há um tempo de prova, de espera, de maturação. Já tinha acontecido ao sair do Egito, ao passar pelo «tempo» real e «salvífico» da travessia do deserto. Agora, o povo, ainda sob o jugo da Babilónia, tem de fazer a sua travessia até chegar a Jerusalém, a cidade santa. Tempo necessário e tensão dramática entre a promessa e o cumprimento. Por outro lado, tem de aprender a discernir o que «alimenta e sacia» do que é vão, falso, incapaz de saciar a fome profunda do ser humano.

Palavra de Deus para nós: sentido e celebração litúrgica. É um texto que exorta à vida, a confiar nas promessas de Deus. O que é que os espera? Saciar a sua fome e sede: alcançar a meta. Mas não basta acreditar; é preciso por-se a caminho: há que ser protagonista, mesmo que incipiente, modesto, com certas dificuldades, desse caminho que leva a Jerusalém. Todos são impelidos a por-se a caminho, todos ficarão saciados, mas todos devem levantar-se da sua prostração e começar a caminhar. Tampouco basta qualquer alimento; é necessário saber onde está a água e o pão necessitados pelo coração humano.

© Pedro Fraile Yécora, Homiletica
© tradução e adaptação de Laboratório da fé, 2014
A utilização ou publicação deste texto precisa da prévia autorização do autor

Preparar o domingo décimo oitavo (Ano A), no Laboratório da fé, 2014

Postado por Marcelino Paulo Ferreira | 1.8.14 | Sem comentários
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