Texto de reflexão para o domingo décimo oitavo
64. Durante alguns séculos, os cristãos viveram o domingo apenas como dia do culto, sem poderem juntar-lhe o significado de descanso. Só no século IV é que a lei civil do Império Romano reconheceu o ritmo semanal, fazendo com que, no «dia do sol», os juízes, os habitantes das cidades e os diversos ofícios parassem de trabalhar. Grande contentamento sentiram os cristãos ao verem assim afastados os obstáculos que, até então, tinham tornado por vezes heroica a observância do dia do Senhor. Podiam agora dedicar-se à oração comum, sem qualquer impedimento. Por isso, seria um erro ver a legislação que defende o ritmo semanal como uma mera circunstância histórica, sem valor para a Igreja ou que esta poderia abandonar. Os Concílios não cessaram de manter, mesmo depois do fim do Império, as disposições relativas ao descanso festivo. Mesmo nos países, onde os cristãos são um pequeno número e os dias festivos não coincidem com o domingo, este permanece sempre o dia do Senhor, o dia em que os fiéis se reúnem para a eucaristia. Mas isto verifica-se à custa de sacrifícios. Para os cristãos, é anormal que o domingo, dia de festa e de alegria, não seja também dia de descanso, tornando-se difícil «santificar» o domingo, já que não dispõem de tempo livre suficiente.