CELEBRAR O DOMINGO TERCEIRO DE ADVENTO


Domingo da Alegria («Gaudete»), este terceiro de Advento (Ano C), assim designado a partir da antífona de entrada («Alegrai-vos sempre no Senhor. Exultai de alegria: o Senhor está perto») e do convite de Paulo (segunda leitura). Não temos de testemunhar a alegria causada pelo amor de Deus por nós? Hesitaremos em cantar e em proclamar a nossa confiança em Deus que nos salva (salmo)? Desde o início do Advento que ouvimos os profetas esforçados em fazer renascer a confiança do povo nos momentos de provação. Hoje é Sofonias que interpela e desperta a fé de Israel (primeira leitura). Vivamos com alegria e em paz, pois pelo batismo somos mergulhados no amor de Deus (evangelho).

«Deus está no meio de ti»
A alegria é talvez emoção mais agradável na vida humana. A alegria é um sinal que expressa a concretização das esperanças mais profundas e o desaparecimento dos medos. A alegria é ainda mais exultante quando resulta de algo completamente inesperado, quando irrompe de surpresa nas rotinas da vida. O texto da primeira leitura refere-se a este tipo de júbilo.
O livro de Sofonias, em termos gerais, apresenta um panorama demasiado sombrio: «Um dia de ira, aquele dia, dia de angústia e tribulação, dia de destruição e devastação, dia de trevas e de escuridão, dia de nuvens e de névoas espessas» (capítulo 1, versículo 15). No meio deste panorama tenebroso, enche de júbilo ler o fragmento proposto na primeira leitura deste domingo em que aparece repetidamente o convite à alegria: «clama jubilosamente… solta brados de alegria… exulta, rejubila». Até Deus «exulta de alegria».
É (quase) certo que se trata de um trecho que, no tempo pós-exílio, foi incorporado no pequeno livro de Sofonias, profeta que viveu na época de Josias (nos finais do século sétimo antes de Cristo).
Importa ter em conta que as raízes desta alegria não provêm de uma hipotética ação do povo, mas da graça e da benevolência divinas: o mesmo Deus que tinha julgado Israel, agora «Ele enche-Se de júbilo, renova-te com o seu amor, exulta de alegria por tua causa». Na verdade, Deus revogou a sentença, afastou os inimigos, vive no meio do povo. Este é o maior motivo de júbilo e de festa: «Deus está no meio de ti».

O Advento convida a gerar a vida de Deus em nós, a criar as condições para que possa nascer em nós Jesus Cristo. Ele é o Deus connosco, «Deus está no meio de ti». O cristão, discípulo missionário, «sabe que Jesus caminha com ele, fala com ele, respira com ele, trabalha com ele. Sente Jesus vivo com ele» (EG 266). Que a sua presença nos dê confiança e alegria!
Neste domingo, o Papa e os bispos abrem a Porta Santa nas Catedrais. É um dos momentos iniciais do Ano Santo da Misericórdia. Eis mais um motivo de alegria: Deus é misercordioso. «Que os anos futuros sejam permeados de misericórdia para ir ao encontro de todas as pessoas levando-lhes a bondade e a ternura de Deus! A todos, crentes e afastados, possa chegar o bálsamo da misericórdia como sinal do Reino de Deus já presente no meio de nós» (MV 5).

© Laboratório da fé, 2015



Postado por Marcelino Paulo Ferreira | 9.12.15 | Sem comentários
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