Viver a fé! [40]
O último capítulo (décimo segundo) do Compêndio da Doutrina Social da Igreja intitula-se «Doutrina Social e ação eclesial», subdividindo-se em dois pontos: «a ação social no âmbito social»; «doutrina social e compromisso dos cristãos leigos». Este tema apresenta o conteúdo do primeiro ponto: «doutrina social e inculturação da fé» (números 521 a 523); «doutrina social e pastoral social» (524 a 527); «doutrina social e formação» (528 a 533); «promover o diálogo» (534 a 537); «os sujeitos da pastoral social» (538 a 540).
Doutrina social e inculturação da fé
«Consciente da força renovadora do cristianismo mesmo em relação à cultura e à realidade social, a Igreja oferece o contributo do próprio ensinamento à construção da cidade dos homens, mostrando o significado social do Evangelho» (521). «Oferece sobretudo uma visão integral e uma plena compreensão do ser humano, nas suas dimensões pessoal e social» (522). «A antropologia cristã anima e sustém a obra pastoral de inculturação da fé, dedicada a renovar a partir de dentro, com a força do Evangelho, os critérios de juízo, os valores determinantes, as linhas de pensamento e os modelos de vida do homem contemporâneo» (523).Doutrina social e pastoral social
«A pastoral social é a expressão viva e concreta de uma Igreja plenamente consciente da própria missão evangelizadora das realidades sociais, económicas, culturais e políticas do mundo» (524). «A ação pastoral da Igreja no âmbito social deve testemunhar, antes de tudo, a verdade acerca do ser humano. [...] Deve inspirar-se no princípio fundamental da centralidade do ser humano» (527). Nesta perspetiva, «a mensagem social do Evangelho deve orientar a Igreja para o desempenho de uma dupla tarefa pastoral: ajudar os homens e mulheres a descobrirem a verdade e a escolherem a via a seguir; encorajar o esforço dos cristãos para testemunhar, com solicitude de serviço, o Evangelho no campo social» (525). «Os critérios fundamentais da ação pastoral no campo social [são]: anunciar o Evangelho; confrontar a mensagem evangélica com a realidade social; projetar ações voltadas para a renovação de tais realidades, conformando-as com as exigências da moral cristã» (526).Doutrina social e formação
«A doutrina social é um ponto de referência indispensável para uma formação cristã completa» (528). «O valor formativo da doutrina social reconhece-se melhor na atividade catequética» (529): «é importante que o ensino da doutrina social seja orientado para motivar a ação para a evangelização e a humanização das realidades temporais. [...] Adquire um extraordinário valor formativo o testemunho oferecido pelo cristianismo vivido» (530). «A doutrina social deve ser colocada na base de uma ativa e constante obra de formação, sobretudo da dirigida aos cristãos leigos. Tal formação deve ter em conta o seu empenho na vida civil» (531). Aqui, «as instituições educativas católicas podem e devem desempenhar um precioso serviço formativo, esforçando-se com especial solicitude pela inculturação da mensagem cristã, ou seja, o encontro fecundo entre o Evangelho e os vários saberes» (532). «Não menos relevante deve ser o esforço por utilizar a doutrina social na formação dos presbíteros» (533).Promover o diálogo
«A doutrina social é um instrumento eficaz de diálogo entre as comunidades cristãs e a comunidade civil e política» (534) para uma correta e fecunda colaboração. E também «é um terreno fecundo para o cultivo do diálogo e da colaboração no campo ecuménico» (535). «Na comum tradição do Antigo Testamento, a Igreja Católica sabe poder dialogar com os irmãos hebreus, também mediante a sua doutrina social, para construírem juntos um futuro de justiça e de paz para todos os homens, filhos do único Deus» (536). «A doutrina social caracteriza-se também por um constante apelo ao diálogo entre todos os crentes das religiões do mundo, para que saibam compartilhar a busca de formas mais oportunas de colaboração» (537).Os sujeitos da pastoral social
«A Igreja, ao cumprir a sua missão, empenha todo o povo de Deus. [...] A obra pastoral em âmbito social é destinada a todos os cristãos, chamados a transformarem-se em sujeitos ativos no testemunho da doutrina social» (538). «Na Igreja particular, o primeiro responsável pelo empenho pastoral de evangelização do social é o bispo [...]. A ação pastoral do bispo deve encontrar continuação no ministério dos presbíteros que participam da sua missão de ensino, santificação e guia da comunidade cristã» (539). «A ação pastoral no âmbito social vale-se também das obras das pessoas consagradas, de acordo com o seu carisma» (540).© Laboratório da fé, 2015
Os números entre parêntesis dizem respeito ao «Compêndio da Doutrina Social da Igreja»
na versão portuguesa editada em 2005 pela editora «Princípia»
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