Nihil Obstat — blogue de Martín Gelabert Ballester
Segundo o evangelho de Marcos, o primeiro verbo que Jesus usa é «converter-se». E emprega-o no imperativo: «convertei-vos e acreditai no Evangelho». A razão desta necessidade é que «o Reino de Deus está próximo». Como está prestes a chegar há que estar bem preparados para o receber. Que significa e que implica a conversão? Converter-se é mudar. Mudar de atitudes e de pensamentos, porque o que costumamos pensar e o que costumamos fazer não favorece a chegada do Reino de Deus. Converter-se é dar a volta, virar as costas a algo, deixar de olhar uma coisa para olhar outra. Deixar de se olhar a si mesmo para olhar as necessidades do próximo e perguntar-se qual é a vontade de Deus sobre si e sobre os outros.
Estas palavras que o evangelista põe na boca de Jesus são usadas na liturgia no rito da imposição das cinzas. A Quaresma começa recordando o convite de Jesus a nos convertermos. Porque converter-se è uma tarefa permanente. Não é um gesto que se realiza uma vez, algo assim como quando alguém dá uma volta e deixa de olhar para uma coisa já tivesse resolvido o problema. Dar a volta, no nosso caso, não é um movimento físico, mas uma tarefa existencial, que é preciso renovar em cada momento. Porque enquanto vivemos neste mundo, Deus não é uma evidência. O evidente são os prazeres e as seduções do mundo que nos inclinam a buscar-nos a nós mesmos em detrimentos dos outros. Por isso, o crente está em permanente estado de conversão: está sempre voltando para Deus. A conversão não é só uma decisão inicial, é um estilo de vida. Com o amor acontece algo parecido: nunca acabamos de amar. Amar é crescer continuamente no amor.
Para se converter é necessário sentir-se atraído por «outra realidade» ou, pelo menos, intuir que a realidade em que se está não é boa e que há outra melhor. Não é uma chamada em abstrato ou vazia. É um convite a entrar num mundo novo, a acreditar no Evangelho. Supõe a apresentação de Jesus. Olhando-o, fixando os olhos em Jesus, podemos entender o que significa converter-se, o que devemos deixar e o que devemos acolher. A conversão concretiza-se em atitudes diferentes segundo a situação de cada um. Em qualquer caso, é um convite a libertar-se dos costumes, das pressões sociais, das opiniões públicas, para se deixar levar pelo sopro do Espírito.
A conversão adquire uma forma concreta olhando e escutando a Jesus: trata-se do respeito aos pequenos e aos débeis, da compaixão pelos que sofrem, de praticar o perdão, de abandonar os caminhos da violência, de entrar no caminho do amor e do serviço. Em determinadas ocasiões, a conversão pode dar-se sem que se esteja consciente disso: algumas pessoas que dedicam o seu tempo a obras sociais, talvez não apresentam a sua atitude em termos de conversão, mas o que fazem é o correlativo humano do que o evangelho classifica de conversão.
Segundo o evangelho de Marcos, o primeiro verbo que Jesus usa é «converter-se». E emprega-o no imperativo: «convertei-vos e acreditai no Evangelho». A razão desta necessidade é que «o Reino de Deus está próximo». Como está prestes a chegar há que estar bem preparados para o receber. Que significa e que implica a conversão? Converter-se é mudar. Mudar de atitudes e de pensamentos, porque o que costumamos pensar e o que costumamos fazer não favorece a chegada do Reino de Deus. Converter-se é dar a volta, virar as costas a algo, deixar de olhar uma coisa para olhar outra. Deixar de se olhar a si mesmo para olhar as necessidades do próximo e perguntar-se qual é a vontade de Deus sobre si e sobre os outros.
Estas palavras que o evangelista põe na boca de Jesus são usadas na liturgia no rito da imposição das cinzas. A Quaresma começa recordando o convite de Jesus a nos convertermos. Porque converter-se è uma tarefa permanente. Não é um gesto que se realiza uma vez, algo assim como quando alguém dá uma volta e deixa de olhar para uma coisa já tivesse resolvido o problema. Dar a volta, no nosso caso, não é um movimento físico, mas uma tarefa existencial, que é preciso renovar em cada momento. Porque enquanto vivemos neste mundo, Deus não é uma evidência. O evidente são os prazeres e as seduções do mundo que nos inclinam a buscar-nos a nós mesmos em detrimentos dos outros. Por isso, o crente está em permanente estado de conversão: está sempre voltando para Deus. A conversão não é só uma decisão inicial, é um estilo de vida. Com o amor acontece algo parecido: nunca acabamos de amar. Amar é crescer continuamente no amor.
Para se converter é necessário sentir-se atraído por «outra realidade» ou, pelo menos, intuir que a realidade em que se está não é boa e que há outra melhor. Não é uma chamada em abstrato ou vazia. É um convite a entrar num mundo novo, a acreditar no Evangelho. Supõe a apresentação de Jesus. Olhando-o, fixando os olhos em Jesus, podemos entender o que significa converter-se, o que devemos deixar e o que devemos acolher. A conversão concretiza-se em atitudes diferentes segundo a situação de cada um. Em qualquer caso, é um convite a libertar-se dos costumes, das pressões sociais, das opiniões públicas, para se deixar levar pelo sopro do Espírito.
A conversão adquire uma forma concreta olhando e escutando a Jesus: trata-se do respeito aos pequenos e aos débeis, da compaixão pelos que sofrem, de praticar o perdão, de abandonar os caminhos da violência, de entrar no caminho do amor e do serviço. Em determinadas ocasiões, a conversão pode dar-se sem que se esteja consciente disso: algumas pessoas que dedicam o seu tempo a obras sociais, talvez não apresentam a sua atitude em termos de conversão, mas o que fazem é o correlativo humano do que o evangelho classifica de conversão.
Martín Gelabert Ballester, frade dominicano, nasceu em Manacor (Ilhas Baleares) e reside em Valencia (Espanha). É autor do blogue «Nihil Obstat» (em espanhol), que trata de questões religiosas, teológicas e eclesiais. Pretende ser um espaço de reflexão e diálogo. O autor dedica o seu tempo à pregação e ao ensino da teologia, especialmente antropologia teológica e teologia fundamental.
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