PREPARAR O DOMINGO VIGÉSIMO PRIMEIRO

24 DE AGOSTO DE 2014


Isaías 22, 19-23

Eis o que diz o Senhor a Chebna, administrador do palácio: «Vou expulsar-te do teu cargo, remover-te do teu posto. E nesse mesmo dia chamarei o meu servo Eliacim, filho de Elcias. Hei de revesti-lo com a tua túnica, hei-de pôr-lhe à cintura a tua faixa, entregar-lhe nas mãos os teus poderes. E ele será um pai para os habitantes de Jerusalém e para a casa de Judá. Porei aos seus ombros a chave da casa de David: há de abrir, sem que ninguém possa fechar; há de fechar, sem que ninguém possa abrir. Fixá-lo-ei como uma estaca em lugar firme e ele será um trono de glória para a casa de seu pai».



Porei aos seus ombros a chave da casa de David


O texto no seu contexto
. É o único oráculo do profeta Isaías dirigido contra uma pessoa: Chebna. Isaías, como os outros profetas, costumam dirigir os oráculos contra um Império (Assíria), um povo (Edom), uma cidade (Tiro), um grupo humano (sacerdotes, príncipes) ou contra o próprio povo (Judá, Israel). Chebna é um alto funcionário estrangeiro da corte do rei Ezequias; a ele eram encomendadas as principais missões no governo do povo. Não está claro o motivo da sua condenação e destituição: por construir um mausoléu?; por dispêndio de dinheiro? Isaías recolhe no seu oráculo esta mudança de poder, que passa para as mãos de um tal Eliacim. Os símbolos da autoridade que o revestem (faixa, túnica) passam de um para o outro; é de singular importância o detalhe das chaves. O gesto da entrega das chaves a um personagem supõe confiar-lhe a autoridade, a tomada de decisões, o governo.

O texto na história da salvação. O poder passa das mãos de um alto dignitário estrangeiro para outro dignitário que pertence à «casa de David». O profeta Isaías recolhe duas linhas teológicas na sua obra: uma centrado na permanência de Sião-Jerusalém como cidade eleita por ele; outra, a promessa davídica, segundo a qual Deus assegura que um «filho de David» reinará sobre o povo. Com este oráculo contra Chebna, Isaías recupera ambas as promessas de Deus. Deus dirige a história do seu povo, confiando o seu pastoreio ao rei e aos ministros da sua casa. A função deles é ser «pais» do povo, não governantes que o exploram.

Palavra de Deus para nós: sentido e celebração litúrgica. As chaves como símbolo de autoridade fazem parte do contexto universal. Ter as chaves e poder fazer uso legítimo delas manifestam a capacidade de tomar decisões, de «abrir o oculto» e «fechar outros espaços da vida». Este símbolo de autoridade real passou dentro da própria Bíblia para outros textos; entre outros, para o evangelista Mateus.

© Pedro Fraile Yécora, Homiletica
© tradução e adaptação de Laboratório da fé, 2014
A utilização ou publicação deste texto precisa da prévia autorização do autor

Preparar o domingo vigésimo primeiro (Ano A), no Laboratório da fé, 2014

Postado por Marcelino Paulo Ferreira | 20.8.14 | Sem comentários
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