Texto de reflexão para o domingo vigésimo primeiro
67. Graças ao descanso dominical, as preocupações e afazeres quotidianos podem reencontrar a sua justa dimensão: as coisas materiais, pelas quais nos afadigamos, dão lugar aos valores do espírito; as pessoas com quem vivemos, recuperam, no encontro e diálogo mais tranquilo, a sua verdadeira fisionomia. As próprias belezas da natureza — frequentemente malbaratadas por uma lógica de domínio, que se volta contra o ser humano — podem ser profundamente descobertas e apreciadas. Assim o domingo, dia de descanso, dia de paz do ser humano com Deus, consigo mesmo e com os seus semelhantes, torna-se também ocasião em que o ser humano é convidado a lançar um olhar regenerado sobre as maravilhas da natureza, deixando-se envolver por aquela estupenda e misteriosa harmonia que, como diz Santo Ambrósio, por uma «lei inviolável de concórdia e de amor», une os diversos elementos do universo num «vínculo de união e de paz». Então, o ser humano torna-se mais consciente, segundo as palavras escritas pelo Apóstolo Paulo na Primeira Carta a Timóteo, de que «tudo o que Deus criou é bom, e não é para desprezar, contanto que se tome em ação de graças, pois é santificado pela palavra de Deus e pela oração» (4, 4-5).