INICIAR À ORAÇÃO
Apesar deste tempo ser dominado pelo secularismo, Bento XVI, na segunda catequese sobre a oração, realça o aparecimento de «muitos sinais que nos indicam um despertar do sentido religioso, uma redescoberta da importância de Deus».
Não é de estranhar, porque, como afirma o Catecismo da Igreja Católica, «o desejo de Deus está inscrito no coração do homem» (número 27). É uma «sede de infinito, uma saudade de eternidade, uma busca de beleza, um desejo de amor, uma necessidade de luz e de verdade, que o impelem rumo ao Absoluto». S. Tomás de Aquino define a oração como «expressão do desejo que o homem tem de Deus».
O Papa fala da oração como uma «atitude interior» que, mais do que uma «série de práticas e fórmulas» é «um modo de ser diante de Deus, e não só o cumprir gestos de culto ou o pronunciar palavras. A oração tem o seu centro e afunda as suas raízes no mais profundo da pessoa; por isso não é facilmente decifrável. Também neste sentido podemos entender a expressão: rezar é difícil. […] Por isso, a experiência da oração é para todos um desafio, uma ‘graça’ a invocar, um dom d’Aquele ao qual nos dirigimos. [... ] Todavia, só no Deus que se revela encontra pleno cumprimento a busca do homem. A oração, que é a abertura e elevação do coração a Deus, torna-se assim relação pessoal com Ele. E mesmo que o homem se esqueça do seu Criador, o Deus vivo e verdadeiro não cessa de chamar primeiro o homem ao misterioso encontro da oração».