Nihil Obstat — blogue de Martín Gelabert Ballester
Em cada oito de março celebra-se o Dia Internacional da Mulher, para recordar que, em 1857, um grupo de trabalhadoras saiu para as ruas de Nova Iorque a protestar pelas condições miseráveis em que tinham de trabalhar. Tem sentido continuar a celebrar o dia da mulher em pleno século XXI? Não há dúvida que os avanços no terreno dos direitos da mulher foram significativos, nos últimos anos. Todavia, ainda há muito a fazer. Mas isso que ainda falta fazer é especialmente urgente e necessário naqueles lugares onde não só a mulher, mas a maioria das pessoas tem qualquer tipo de carência. É claro que a maioria das mulheres africanas precisam muito de ajuda, mas não só elas, também tantas pessoas que não têm o necessário para viver e que jogam a vida montando umas frágeis embarcações, pensando que, se pisarem terra espanhola ou europeia, encontrarão o paraíso.
Se separarmos, embora só metodologicamente, estas situações extremas, que nunca devemos deixar de lado, e centrarmos o nosso olhar nas mulheres com quem convivemos nos nossos prósperos países europeus, temos hoje algo para reivindicar no que diga respeito especificamente às mulheres? Temos muitas coisas para reivindicar todos juntos sem distinção alguma entre homem e mulher. Por exemplo, uma maior clareza na política, um melhor uso dos dinheiros públicos, uma distribuição mais equitativa do trabalho, e tantas outras coisas. É verdade que as estatísticas indicam que, em algumas coisas, as mulheres são desfavorecidas em relação aos homens. Pelo mesmo trabalho, recebem mais eles do que elas. Nesta reclamação de um salário mais justo para todas e todos, os homens de bem deveriam ocupar a primeira linha da reclamação.
Há motivos para pensar que, na Igreja, as mulheres têm ainda direitos não atendidos? Sem dúvida. O problema coloca-se na hora de indicar esses direitos. O Papa, na «Evangelii Gaudium», depois de reconhecer o trabalho pastoral das mulheres e os seus contributos para a reflexão teológica, diz que é necessário ampliar os espaços para uma presença feminina mais incisiva na Igreja e, mais em concreto, naqueles lugares eclesiais onde se tomam as decisões importantes. Anunciou-se que uma mulher será nomeada para presidir a uma Secretaria da Santa Sé. Veremos. É possível encontrar outras mediações operativas para que a presença da mulher na Igreja seja de verdade efetiva? Este é um tema sensível, no qual as tomadas de posição, não só entre os homens, mas também entre as mulheres, estão condicionadas pela experiência e a mentalidade de cada um. Temos aqui um longo caminho a percorrer. Um caminho que exige tempo, paciência, diálogo e muita compreensão.
Em cada oito de março celebra-se o Dia Internacional da Mulher, para recordar que, em 1857, um grupo de trabalhadoras saiu para as ruas de Nova Iorque a protestar pelas condições miseráveis em que tinham de trabalhar. Tem sentido continuar a celebrar o dia da mulher em pleno século XXI? Não há dúvida que os avanços no terreno dos direitos da mulher foram significativos, nos últimos anos. Todavia, ainda há muito a fazer. Mas isso que ainda falta fazer é especialmente urgente e necessário naqueles lugares onde não só a mulher, mas a maioria das pessoas tem qualquer tipo de carência. É claro que a maioria das mulheres africanas precisam muito de ajuda, mas não só elas, também tantas pessoas que não têm o necessário para viver e que jogam a vida montando umas frágeis embarcações, pensando que, se pisarem terra espanhola ou europeia, encontrarão o paraíso.
Se separarmos, embora só metodologicamente, estas situações extremas, que nunca devemos deixar de lado, e centrarmos o nosso olhar nas mulheres com quem convivemos nos nossos prósperos países europeus, temos hoje algo para reivindicar no que diga respeito especificamente às mulheres? Temos muitas coisas para reivindicar todos juntos sem distinção alguma entre homem e mulher. Por exemplo, uma maior clareza na política, um melhor uso dos dinheiros públicos, uma distribuição mais equitativa do trabalho, e tantas outras coisas. É verdade que as estatísticas indicam que, em algumas coisas, as mulheres são desfavorecidas em relação aos homens. Pelo mesmo trabalho, recebem mais eles do que elas. Nesta reclamação de um salário mais justo para todas e todos, os homens de bem deveriam ocupar a primeira linha da reclamação.
Há motivos para pensar que, na Igreja, as mulheres têm ainda direitos não atendidos? Sem dúvida. O problema coloca-se na hora de indicar esses direitos. O Papa, na «Evangelii Gaudium», depois de reconhecer o trabalho pastoral das mulheres e os seus contributos para a reflexão teológica, diz que é necessário ampliar os espaços para uma presença feminina mais incisiva na Igreja e, mais em concreto, naqueles lugares eclesiais onde se tomam as decisões importantes. Anunciou-se que uma mulher será nomeada para presidir a uma Secretaria da Santa Sé. Veremos. É possível encontrar outras mediações operativas para que a presença da mulher na Igreja seja de verdade efetiva? Este é um tema sensível, no qual as tomadas de posição, não só entre os homens, mas também entre as mulheres, estão condicionadas pela experiência e a mentalidade de cada um. Temos aqui um longo caminho a percorrer. Um caminho que exige tempo, paciência, diálogo e muita compreensão.

Martín Gelabert Ballester, frade dominicano, nasceu em Manacor (Ilhas Baleares) e reside em Valencia (Espanha). É autor do blogue «Nihil Obstat» (em espanhol), que trata de questões religiosas, teológicas e eclesiais. Pretende ser um espaço de reflexão e diálogo. O autor dedica o seu tempo à pregação e ao ensino da teologia, especialmente antropologia teológica e teologia fundamental.
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