A porta da fé [12]


Estamos a quatro semanas de concluir o Ano da Fé, que se iniciou em outubro de 2012 e terminará em novembro de 2013. Semanalmente, apresentamos um número da Carta Apostólica do papa Bento XVI com a qual proclamou o Ano da Fé — «A porta da fé» («Porta Fidei»). E juntamos uma proposta de reflexão elaborada por Pedro Jaramillo. O objetivo é dar um contributo para uma avaliação mais cuidada sobre a forma como estamos a viver o Ano da Fé. Bom proveito!

Assim, no Ano em questão, o Catecismo da Igreja Católica poderá ser um verdadeiro instrumento de apoio da fé, sobretudo para quantos têm a peito a formação dos cristãos, tão determinante no nosso contexto cultural. Com tal finalidade, convidei a Congregação para a Doutrina da Fé a redigir, de comum acordo com os competentes Organismos da Santa Sé, uma Nota, através da qual se ofereçam à Igreja e aos crentes algumas indicações para viver, nos moldes mais eficazes e apropriados, este Ano da Fé ao serviço do crer e do evangelizar.
De facto, em nossos dias mais do que no passado, a fé vê-se sujeita a uma série de interrogativos, que provêm duma diversa mentalidade que, hoje de uma forma particular, reduz o âmbito das certezas racionais ao das conquistas científicas e tecnológicas. Mas, a Igreja nunca teve medo de mostrar que não é possível haver qualquer conflito entre fé e ciência autêntica, porque ambas, embora por caminhos diferentes, tendem para a verdade [22].

[22] Cf. João Paulo II, Carta enc. Fides et ratio (14 de Setembro de 1998), 34.106: AAS 91 (1999), 31-32.86-87

A porta da fé [Carta Apostólica para o Ano da Fé - «Porta Fidei»]

  • A porta da fé — números publicados no Laboratório da fé > > >



Aspetos que se podem sublinhar

  • A importância de uma familiaridade com o Catecismo por parte de todos os transmissores da fé. Trata-se de uma sólida formação na fé, tão importante no nosso contexto cultural. O «saber dar razão da nossa esperança». É o instrumento que temos mais à mão para não nos sentirmos no vazio, quando temos de partilhar a nossa fé: Em que acreditamos? Porque é que acreditamos? Para que é que acreditamos?
  • No âmbito da sociedade e da cultura, a fé encontra-se submetida a novas interrogações. O mais fundamental é que, hoje, pretende-se que as coisas «certas» sejam apenas as que se podem demonstrar pela razão ou derivam dos avanços científicos e técnicos. Fora dessas certezas (e a fé está fora dessas certezas), há muita gente que defende que não se devem procurar outras. Não seria necessário, portanto, procurar a fé como fonte de certeza para coisas importantes na vida.

Interiorizando

  • Examino se, como catequista, pregador, responsável por alguma pastoral, dirigente de algum Movimento ou Associação... tenho consciência da importância que tem o meu empenho em assimilar o Catecismo da Igreja Católica. Haverá coisas que não compreenderei à primeira. Repito a leitura, pergunto, partilho com outros... Mas, se sou transmissor da fé, não posso transmiti-la de forma ligeira; muito menos, inventar verdades: ou por não perceber os conteúdos da fé ou por desleixo, apresentando errados conteúdos da fé. A responsabilidade é muito grande. A Igreja põe nas minhas mãos o «tesouro da fé»... Por isso, ninguém deveria ser «transmissor da fé» por sua própria conta.

  • No ambiente social e cultural em que vivemos não se pode apresentar uma fé infantilizada e pouco formada. A minha atitude para com o momento atual, social e cultural, não pode ser de confronto, mas de proposta. Mas nunca, ainda menos hoje, vale qualquer proposta. Não posso pensar que as pessoas, na sua credulidade, estão à espera que lhes diga, através da fé, as coisas mais estranhas e esotéricas. Se for isso que esperam, tenho que ter consciência de que não o posso esperar da fé. Nem posso colocar a minha transmissão da fé ao serviço da superstição ou da magia ou de coisas esotéricas, por muito que as pessoas apreciem essas coisas.

© Pedro Jaramillo
© Tradução e adaptação de Laboratório da fé, 2013

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Bento XVI, Carta Apostólica «A porta da fé»
Postado por Marcelino Paulo Ferreira | 31.10.13 | Sem comentários
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