Pequeninos do Senhor
Sabe-se que, um dos principais objetivos de se contar histórias para as crianças é o da recriação, pois incentiva o instinto lúdico e criativo, enriquece as experiências, e diversas formas de linguagem são desenvolvidas para a melhor compreensão, amadurecimento e desenvolvimento pessoal e cognitivo. A arte de contar histórias propicia a partilha da alegria, o sentimento de euforia e amor que são guardados na lembrança desde muito cedo, como momentos divertidos, amorosos e inesquecíveis. Além do mais, contribui para ampliar o vocabulário, ajuda na formação do caráter, desenvolve a consciência entre o bem e o mal, e proporciona que a criança possa vivenciar aquilo que ela imagina enquanto está a ouvir, e muito mais.
Dentro da proposta de evangelização, as histórias de Jesus formam as crianças para a ética e a moral, valores adequados aos princípios de vida cristã. E os ensinamentos cristãos devem ser passados numa linguagem apropriada e de forma lúdica, através do teatro, da música e dos desenhos. Eles transmitem valores importantes para o crescimento espiritual e despertam o raciocínio e o interesse para agirem de acordo com os princípios cristãos.
As crianças gostam de ouvir histórias e, com as histórias de Jesus Cristo elas aprendem desde cedo a conhecer e a praticar as virtudes cristãs, ensinadas nos evangelhos. E uma característica das crianças é querer ouvir muitas vezes a mesma história, e isso acontece porque ainda não conseguem captar toda a mensagem de uma só vez, portanto, quantas vezes elas pedirem para repetir a mesma história, tantas vezes deve ser lida, contada ou dramatizada.
É importante ressaltar que toda história, quando contada por um adulto, serve como base para a formação e a construção da identidade da criança, a partir dos princípios que se quer passar. Se a história é cristã, ela passa valores cristãos e fraternos; se são contos ou lendas passam valores sociais e solidários, e assim por diante.
«O primeiro contato da criança com um texto é feito oralmente, através da voz da mãe, do pai, ou dos avós, contando contos, trechos da Bíblia, histórias inventadas (tendo a criança ou os pais como personagem), contados a qualquer momento do dia ou num momento de aconchego, à noite, antes de dormir, em que a criança está se preparando para um sono gostoso e reparador, e para um sonho rico, embalado por uma voz amada» (Abramovich, Fanny - Literatura Infantil: gostosuras e bobices. Ed. Scipione: São Paulo, 2009, 14). Ouvir histórias é sonhar acordado, e contar histórias para as crianças é conectar-se com o mundo infantil.
A criança, quando ouve uma história, percebe que a voz do adulto se dirige a ela como uma palavra de amor, pois, compartilhar um ensinamento é compartilhar um sentimento também, por isso, contar histórias é considerado, de facto, um ato de amor que envolve entrega, diálogo e afeto entre o que conta e o que ouve a história. Contar histórias de Jesus Cristo para as crianças estimula o sentimento de amor e é um modo de ensinar como vivê-lo desde pequeninas, formando adultos mais seguros, pacíficos e preparados para enfrentar situações difíceis, com amor!
© Rachel Abdalla — www.pequeninosdosenhor.org —
© Adaptado por Laboratório da fé, 2013
Rachel Abdalla é fundadora e presidente da Associação Católica Pequeninos do Senhor (desde 1997); membro da 'Equipa de Trabalho' do 'Ambiente Virtual de Formação' da Arquidiocese de Campinas, São Paulo (desde 2011); coordenadora da Catequese da Família da paróquia de Nossa Senhora das Dores, em Campinas, São Paulo (desde 2012); colaboradora da Agência ZENIT – O mundo visto de Roma, na coluna quinzenal de orientação catequética Pequeninos do Senhor (desde 2012).
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