Encontro Mundial das Famílias
No Rio de Janeiro, Brasil: outubro de 1997
No II Encontro Mundial das Famílias (1997, no Rio de Janeiro, Brasil), o papa João Paulo II apresentou a família como «comunidade de amor e de vida, sobre a qual se apoiam todas as demais comunidades e sociedades». Na homilia da eucaristia de encerramento, a partir das leituras bíblicas proclamadas, o Papa falou do ato criador do ser humano — homem e mulher — e da instituição divina do matrimónio. Este é o «fundamento de uma família sadia e responsável». Depois, desafiou todas as famílias a viver a santidade, exortando-as: «Sede portadores de paz e de alegria no seio do lar; a graça eleva e aperfeiçoa o amor, e com ele vos concede as virtudes familiares indispensáveis da humildade, do espírito de serviço e de sacrifício, do afeto paterno e filial, do respeito e da mútua compreensão».
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!
1. «O Senhor nos bendiga em toda a nossa vida» (Salmo Responsorial)
Dou graças a Deus por ter permitido encontrar-me novamente convosco, famílias de todo o mundo, para reafirmar solenemente que sois a «esperança da humanidade»!
O primeiro Encontro Mundial com as Famílias teve lugar em Roma, em (mil novecentos e noventa e quatro) 1994. O seguinte se conclui hoje no Rio de Janeiro. [...]
A família é esta particular e, ao mesmo tempo, fundamental comunidade de amor e de vida, sobre a qual se apoiam todas as demais comunidades e sociedades. Por isso, invocando as bênçãos do Altíssimo pelas famílias, rezamos juntos por todas aquelas grandes sociedades, que aqui representamos. Rezamos pelo futuro das nações e dos Estados, como também pelo futuro da Igreja e do mundo.
De facto, através da família, toda a existência humana é orientada para o futuro. Nela, o homem vem ao mundo, cresce e amadurece. Nela, ele se torna um cidadão sempre mais maduro do seu país, e um membro da Igreja sempre mais consciente. A família é também o primeiro e fundamental ambiente, onde cada homem distingue e realiza a própria vocação humana e cristã. A família, enfim, é uma comunidade insubstituível por qualquer outra. É o que se entrevê nas leituras da liturgia de hoje.
2. Diante do Messias se apresentam os representantes da ortodoxia judaica, os fariseus, a perguntar se é lícito o marido repudiar a mulher. Cristo, por sua vez, pergunta o que é que Moisés ordenou-lhes; eles respondem que Moisés lhes tinha permitido escrever uma certidão de divórcio, e despedi-la. Mas Cristo lhes diz: «Foi por causa da dureza do vosso coração que Moisés vos escreveu este mandamento. No entanto, desde o começo da criação, Deus os fez homem e mulher. Por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe e os dois serão uma só carne. Assim, já não são dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus uniu, o homem não separe!» (Marcos 10, 5-9).
Cristo refere-se ao início. Este início está contido no Livro do Génesis, onde encontramos a descrição da criação do homem. Conforme lemos no primeiro capítulo deste Livro, Deus fez o homem à própria imagem e semelhança, criou o homem e a mulher (cf. Génesis 1, 27), e disse: "Frutificai e multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a» (Génesis 1, 28). Conforme a segunda descrição da criação, que a primeira leitura da liturgia de hoje propõe, a mulher foi criada do homem. Assim refere a Escritura: «Então o Senhor Deus mandou ao homem um profundo sono; e enquanto ele dormia, tomou-lhe uma costela e fechou com carne o seu lugar. E da costela que tinha tomado do homem, o Senhor fez uma mulher, e levou-a para junto do homem. «Eis agora aqui - disse o homem - o osso de meus ossos e a carne de minha carne; ela se chamará mulher, porque foi tomada do homem». Por isso o homem deixa seu pai e sua mãe para se unir à sua mulher; e já não são mais que uma só carne» (Génesis 2, 21-24).
3. A linguagem utiliza as categorias antropológicas do ambiente antigo, mas é de uma extraordinária profundidade: exprime, de modo realmente espetacular, as verdades essenciais. Tudo o que foi descoberto posteriormente pela reflexão humana e pelo conhecimento científico, nada mais fez do que explicitar aquilo que, ali na raiz, já se achava.
O Livro do Génesis mostra, antes de mais nada, a dimensão cósmica da criação. O aparecimento do homem dá-se no imenso horizonte da criação de todo o cosmo: não é por acaso que isso tem lugar no último dia da criação do mundo. O homem entra na obra do Criador, no momento em que se acharam predispostas todas as condições para ele poder existir. O homem é uma das criaturas visíveis; ao mesmo tempo, porém, somente dele se afirma na Sagrada Escritura que foi feito «à imagem e semelhança de Deus». Esta união admirável do corpo e do espírito constitui uma inovação decisiva, no processo da criação. Com o ser humano, toda a magnificência da criação visível abre-se à dimensão do espiritual. A inteligência e a vontade, o conhecimento e o amor – tudo isto entra no cosmo visível, no momento mesmo da criação do homem. Entra precisamente manifestando, desde o início, a compenetração da vida corporal com a espiritual. Assim o homem deixa seu pai e sua mãe, e une-se à sua mulher, tornando-se uma só carne; mas esta união conjugal enraiza-se contemporaneamente no conhecimento e no amor, ou seja, na dimensão espiritual.
O Livro do Génesis fala disto tudo com uma linguagem que lhe é própria, que é, ao mesmo tempo, maravilhosamente simples e completa. O homem e a mulher, chamados a viver no processo da criação cósmica, se apresentam no limiar da própria vocação, trazendo em si próprios a capacidade de procriar em colaboração com Deus, que diretamente cria a alma de cada novo ser humano. Através do conhecimento recíproco e do amor, e ao mesmo tempo pela união corporal, chamarão à existência seres semelhantes a eles – e, tal como eles, feitos «à imagem e semelhança de Deus». Darão a vida aos próprios filhos, como eles próprios a receberam de seus pais. Esta é a verdade, ao mesmo tempo, simples e grande sobre a família, como ela surge das páginas do Livro do Génesis e do Evangelho: no plano de Deus, o matrimónio — o matrimónio indissolúvel — é o fundamento de uma família sadia e responsável.
4. Com traços breves mas incisivos, Cristo descreve no Evangelho o desígnio original de Deus criador. Mas este relato fá-lo-á também a Carta aos Hebreus, proclamada na Segunda Leitura: «Deus, origem e fim de todas as coisas, queria conduzir muitos filhos para a sua glória. Convinha, pois, que tornasse perfeito pelo sofrimento Aquele que os devia levar à salvação. Na verdade, Jesus que santifica e os homens que são santificados são todos da mesma descendência» (Hebreus 2,10-11). A criação do homem tem o seu fundamento no eterno Verbo de Deus. Tudo o que Deus chamou a existência, fê-lo pela ação deste Verbo, o eterno Filho, por meio do qual tudo foi criado. Também o homem foi criado através do Verbo, e foi criado como homem e mulher. A aliança conjugal tem sua origem no Verbo eterno de Deus. N'Ele, foi criada a família. N'Ele, a família é eternamente pensada por Deus, imaginada e realizada. Por Cristo, ela adquire seu caráter sacramental, a sua santificação.
O texto da Carta aos Hebreus lembra que a santificação do matrimónio, como a de qualquer outra realidade humana, foi realizada por Cristo com o preço da sua paixão e cruz. Ele se manifesta aqui como o novo Adão. Se é certo que, na ordem da natureza, todos somos originários de Adão, na ordem da graça e da santificação todos procedemos de Cristo. A santificação da família tem a sua fonte no caráter sacramental do matrimónio.
Aquele que santifica – isto é, Cristo – e todos aqueles que devem ser santificados – vós, pais e mães; vós, famílias – vos apresentais juntos diante de Deus-Pai com esta súplica ardente, que Ele abençoe o que realizou em vós mediante o sacramento do matrimónio. E nesta prece estão todos os casais e todas as famílias que vivem sobre a face da terra. Deus, o único Criador do universo é, com efeito, a fonte da vida e da santidade.
5. Pais e famílias do mundo inteiro, deixai que vo-lo diga: Deus chama-vos à santidade! Ele mesmo escolheu-nos «por Jesus Cristo, antes da criação do mundo — diz-nos S. Paulo — para que sejamos santos na sua presença» (Efésios 1, 4). Ele ama-vos loucamente, Ele deseja a vossa felicidade, mas quer que saibais conjugar sempre a fidelidade com a felicidade, pois não pode haver uma sem a outra. Não deixeis que a mentalidade hedonista, a ambição e o egoísmo entrem nos vossos lares. Sede generosos com Deus. Não poderia deixar de recordar, mais uma vez, que a família está ao «serviço da Igreja e da sociedade no seu ser e agir, enquanto comunidade íntima de vida e de amor» (A família no mundo de hoje, 50). A mútua doação abençoada por Deus, perpassada de fé, esperança e caridade, permitirá alcançar a perfeição e a mútua santificação de cada um dos esposos. Servirá, em outras palavras, como núcleo santificador da própria família, e de expansão da obra de evangelização de todo o lar cristão.
Queridos irmãos e irmãs, que grande tarefa tendes por diante! Sede portadores de paz e de alegria no seio do lar; a graça eleva e aperfeiçoa o amor, e com ele vos concede as virtudes familiares indispensáveis da humildade, do espírito de serviço e de sacrifício, do afeto paterno e filial, do respeito e da mútua compreensão. E, como o bem é por si mesmo difusivo, faço votos também de que a vossa adesão à pastoral familiar seja, na medida das vossas possibilidades, um incentivo a irradiar generosamente o dom que está em vós, primeiramente entre os filhos, depois àqueles casais — talvez parentes e amigos — que estão afastados de Deus ou passam por momentos de incompreensão ou de desconfiança. Neste caminho em direção ao Jubileu do ano dois mil, convido todos os que me ouvem a este revigoramento da fé e do testemunho de cristãos, a fim de que, com a graça de Deus, haja uma verdadeira conversão e renovamento pessoal no seio das famílias de todo o mundo (cf.Tertio Millennio adveniente, 42). Que o espírito da Sagrada Família de Nazaré reine em todos os lares cristãos!
Famílias do Brasil, da América Latina e do mundo inteiro, o Papa, a Igreja apoiam-se em vós. Tende confiança: Deus está conosco!
© Copyright 1997 - Libreria Editrice Vaticana — www.vatican.va —
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!
1. «O Senhor nos bendiga em toda a nossa vida» (Salmo Responsorial)
Dou graças a Deus por ter permitido encontrar-me novamente convosco, famílias de todo o mundo, para reafirmar solenemente que sois a «esperança da humanidade»!
O primeiro Encontro Mundial com as Famílias teve lugar em Roma, em (mil novecentos e noventa e quatro) 1994. O seguinte se conclui hoje no Rio de Janeiro. [...]
A família é esta particular e, ao mesmo tempo, fundamental comunidade de amor e de vida, sobre a qual se apoiam todas as demais comunidades e sociedades. Por isso, invocando as bênçãos do Altíssimo pelas famílias, rezamos juntos por todas aquelas grandes sociedades, que aqui representamos. Rezamos pelo futuro das nações e dos Estados, como também pelo futuro da Igreja e do mundo.
De facto, através da família, toda a existência humana é orientada para o futuro. Nela, o homem vem ao mundo, cresce e amadurece. Nela, ele se torna um cidadão sempre mais maduro do seu país, e um membro da Igreja sempre mais consciente. A família é também o primeiro e fundamental ambiente, onde cada homem distingue e realiza a própria vocação humana e cristã. A família, enfim, é uma comunidade insubstituível por qualquer outra. É o que se entrevê nas leituras da liturgia de hoje.
2. Diante do Messias se apresentam os representantes da ortodoxia judaica, os fariseus, a perguntar se é lícito o marido repudiar a mulher. Cristo, por sua vez, pergunta o que é que Moisés ordenou-lhes; eles respondem que Moisés lhes tinha permitido escrever uma certidão de divórcio, e despedi-la. Mas Cristo lhes diz: «Foi por causa da dureza do vosso coração que Moisés vos escreveu este mandamento. No entanto, desde o começo da criação, Deus os fez homem e mulher. Por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe e os dois serão uma só carne. Assim, já não são dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus uniu, o homem não separe!» (Marcos 10, 5-9).
Cristo refere-se ao início. Este início está contido no Livro do Génesis, onde encontramos a descrição da criação do homem. Conforme lemos no primeiro capítulo deste Livro, Deus fez o homem à própria imagem e semelhança, criou o homem e a mulher (cf. Génesis 1, 27), e disse: "Frutificai e multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a» (Génesis 1, 28). Conforme a segunda descrição da criação, que a primeira leitura da liturgia de hoje propõe, a mulher foi criada do homem. Assim refere a Escritura: «Então o Senhor Deus mandou ao homem um profundo sono; e enquanto ele dormia, tomou-lhe uma costela e fechou com carne o seu lugar. E da costela que tinha tomado do homem, o Senhor fez uma mulher, e levou-a para junto do homem. «Eis agora aqui - disse o homem - o osso de meus ossos e a carne de minha carne; ela se chamará mulher, porque foi tomada do homem». Por isso o homem deixa seu pai e sua mãe para se unir à sua mulher; e já não são mais que uma só carne» (Génesis 2, 21-24).
3. A linguagem utiliza as categorias antropológicas do ambiente antigo, mas é de uma extraordinária profundidade: exprime, de modo realmente espetacular, as verdades essenciais. Tudo o que foi descoberto posteriormente pela reflexão humana e pelo conhecimento científico, nada mais fez do que explicitar aquilo que, ali na raiz, já se achava.
O Livro do Génesis mostra, antes de mais nada, a dimensão cósmica da criação. O aparecimento do homem dá-se no imenso horizonte da criação de todo o cosmo: não é por acaso que isso tem lugar no último dia da criação do mundo. O homem entra na obra do Criador, no momento em que se acharam predispostas todas as condições para ele poder existir. O homem é uma das criaturas visíveis; ao mesmo tempo, porém, somente dele se afirma na Sagrada Escritura que foi feito «à imagem e semelhança de Deus». Esta união admirável do corpo e do espírito constitui uma inovação decisiva, no processo da criação. Com o ser humano, toda a magnificência da criação visível abre-se à dimensão do espiritual. A inteligência e a vontade, o conhecimento e o amor – tudo isto entra no cosmo visível, no momento mesmo da criação do homem. Entra precisamente manifestando, desde o início, a compenetração da vida corporal com a espiritual. Assim o homem deixa seu pai e sua mãe, e une-se à sua mulher, tornando-se uma só carne; mas esta união conjugal enraiza-se contemporaneamente no conhecimento e no amor, ou seja, na dimensão espiritual.
O Livro do Génesis fala disto tudo com uma linguagem que lhe é própria, que é, ao mesmo tempo, maravilhosamente simples e completa. O homem e a mulher, chamados a viver no processo da criação cósmica, se apresentam no limiar da própria vocação, trazendo em si próprios a capacidade de procriar em colaboração com Deus, que diretamente cria a alma de cada novo ser humano. Através do conhecimento recíproco e do amor, e ao mesmo tempo pela união corporal, chamarão à existência seres semelhantes a eles – e, tal como eles, feitos «à imagem e semelhança de Deus». Darão a vida aos próprios filhos, como eles próprios a receberam de seus pais. Esta é a verdade, ao mesmo tempo, simples e grande sobre a família, como ela surge das páginas do Livro do Génesis e do Evangelho: no plano de Deus, o matrimónio — o matrimónio indissolúvel — é o fundamento de uma família sadia e responsável.
4. Com traços breves mas incisivos, Cristo descreve no Evangelho o desígnio original de Deus criador. Mas este relato fá-lo-á também a Carta aos Hebreus, proclamada na Segunda Leitura: «Deus, origem e fim de todas as coisas, queria conduzir muitos filhos para a sua glória. Convinha, pois, que tornasse perfeito pelo sofrimento Aquele que os devia levar à salvação. Na verdade, Jesus que santifica e os homens que são santificados são todos da mesma descendência» (Hebreus 2,10-11). A criação do homem tem o seu fundamento no eterno Verbo de Deus. Tudo o que Deus chamou a existência, fê-lo pela ação deste Verbo, o eterno Filho, por meio do qual tudo foi criado. Também o homem foi criado através do Verbo, e foi criado como homem e mulher. A aliança conjugal tem sua origem no Verbo eterno de Deus. N'Ele, foi criada a família. N'Ele, a família é eternamente pensada por Deus, imaginada e realizada. Por Cristo, ela adquire seu caráter sacramental, a sua santificação.
O texto da Carta aos Hebreus lembra que a santificação do matrimónio, como a de qualquer outra realidade humana, foi realizada por Cristo com o preço da sua paixão e cruz. Ele se manifesta aqui como o novo Adão. Se é certo que, na ordem da natureza, todos somos originários de Adão, na ordem da graça e da santificação todos procedemos de Cristo. A santificação da família tem a sua fonte no caráter sacramental do matrimónio.
Aquele que santifica – isto é, Cristo – e todos aqueles que devem ser santificados – vós, pais e mães; vós, famílias – vos apresentais juntos diante de Deus-Pai com esta súplica ardente, que Ele abençoe o que realizou em vós mediante o sacramento do matrimónio. E nesta prece estão todos os casais e todas as famílias que vivem sobre a face da terra. Deus, o único Criador do universo é, com efeito, a fonte da vida e da santidade.
5. Pais e famílias do mundo inteiro, deixai que vo-lo diga: Deus chama-vos à santidade! Ele mesmo escolheu-nos «por Jesus Cristo, antes da criação do mundo — diz-nos S. Paulo — para que sejamos santos na sua presença» (Efésios 1, 4). Ele ama-vos loucamente, Ele deseja a vossa felicidade, mas quer que saibais conjugar sempre a fidelidade com a felicidade, pois não pode haver uma sem a outra. Não deixeis que a mentalidade hedonista, a ambição e o egoísmo entrem nos vossos lares. Sede generosos com Deus. Não poderia deixar de recordar, mais uma vez, que a família está ao «serviço da Igreja e da sociedade no seu ser e agir, enquanto comunidade íntima de vida e de amor» (A família no mundo de hoje, 50). A mútua doação abençoada por Deus, perpassada de fé, esperança e caridade, permitirá alcançar a perfeição e a mútua santificação de cada um dos esposos. Servirá, em outras palavras, como núcleo santificador da própria família, e de expansão da obra de evangelização de todo o lar cristão.
Queridos irmãos e irmãs, que grande tarefa tendes por diante! Sede portadores de paz e de alegria no seio do lar; a graça eleva e aperfeiçoa o amor, e com ele vos concede as virtudes familiares indispensáveis da humildade, do espírito de serviço e de sacrifício, do afeto paterno e filial, do respeito e da mútua compreensão. E, como o bem é por si mesmo difusivo, faço votos também de que a vossa adesão à pastoral familiar seja, na medida das vossas possibilidades, um incentivo a irradiar generosamente o dom que está em vós, primeiramente entre os filhos, depois àqueles casais — talvez parentes e amigos — que estão afastados de Deus ou passam por momentos de incompreensão ou de desconfiança. Neste caminho em direção ao Jubileu do ano dois mil, convido todos os que me ouvem a este revigoramento da fé e do testemunho de cristãos, a fim de que, com a graça de Deus, haja uma verdadeira conversão e renovamento pessoal no seio das famílias de todo o mundo (cf.Tertio Millennio adveniente, 42). Que o espírito da Sagrada Família de Nazaré reine em todos os lares cristãos!
Famílias do Brasil, da América Latina e do mundo inteiro, o Papa, a Igreja apoiam-se em vós. Tende confiança: Deus está conosco!
© Copyright 1997 - Libreria Editrice Vaticana — www.vatican.va —