— Todo tiene su momento - blog de Pedro Jaramillo —

Quarta-feira da segunda semana


— Evangelho segundo Mateus 20, 17-28

Naquele tempo, enquanto Jesus subia para Jerusalém, chamou à parte os Doze e durante o caminho disse-lhes: «Vamos subir a Jerusalém e o Filho do homem vai ser entregue aos príncipes dos sacerdotes e aos escribas, que O condenarão à morte e O entregarão aos gentios, para ser por eles escarnecido, açoitado e crucificado. Mas ao terceiro dia Ele ressuscitará». Então a mãe dos filhos de Zebedeu aproximou-se de Jesus com os filhos e prostrou-se para Lhe fazer um pedido. Jesus perguntou-lhe: «Que queres?» Ela disse-Lhe: «Ordena que estes meus dois filhos se sentem no teu reino um à tua direita e outro à tua esquerda». Jesus respondeu: «Não sabeis o que estais a pedir. Podeis beber o cálice que Eu hei de beber?» Eles disseram: «Podemos». Então Jesus declarou-lhes: «Haveis de beber do meu cálice. Mas sentar-se à minha direita e à minha esquerda não pertence a Mim concedê-lo; é para aqueles a quem meu Pai o designou». Os outros dez, que tinham escutado, indignaram-se com os dois irmãos. Mas Jesus chamou-os e disse-lhes: «Sabeis que os chefes das nações exercem domínio sobre elas e os grandes fazem sentir sobre elas o seu poder. Não deve ser assim entre vós. Quem entre vós quiser tornar-se grande seja vosso servo e quem entre vós quiser ser o primeiro seja vosso escravo. Será como o Filho do homem, que não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida pela redenção dos homens».

— «O Filho do homem vai ser entregue aos príncipes dos sacerdotes 

      e aos escribas, que O condenarão à morte»

Este é o terceiro anúncio da paixão e da ressurreição, em Mateus. Nos três anúncios entra, também como elemento essencial, a ressurreição. Só que muitas vezes ficamos na paixão e morte. Talvez tenha ajudado a essa redução a falta de compreensão dos próprios discípulos de Jesus.
Falta de compreensão expressa a reação da mãe dos Zebedeus. O seu pedido é uma clara demonstração de não ter entendido o caminho messiânico de Jesus. Foi uma das principais dificuldades dos seus seguidores. Tinham excessivamente dentro da cabeça as expetativas messiânicas mais comuns: a espera de um messias político, de poder ou de espetáculo.
A resposta de Jesus é muito expressiva: «Não sabeis o que estais a pedir». E Jesus confronta-os com o «cálice que Eu hei de beber». A alusão é ao cálice da dor e do sofrimento, a cruz e a morte. 
A partir daí, Jesus passa a explicar aos discípulos (e à comunidade de Mateus e às nossas comunidades) como têm de entender a autoridade na Igreja. Uma explicação em duas partes: a) como não se deve entender; b) como se deve entender. Não se deve entendê-la através do exemplo dos governantes e poderosos, que submetem e impõem. 
Deve-se entendê-la a partir do serviço: «Quem entre vós quiser tornar-se grande seja vosso servo». E a referência é o próprio Jesus e o seu estilo de messianismo: «não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida pela redenção dos homens».

— Sinais para o caminho de fé

  • A fé no mistério pascal inclui a morte e a ressurreição de Jesus. Muitas vezes ficamos só na paixão e morte, tanto a nível da piedade popular como a nível da espiritualidade.
  • Contudo, nesses mesmos níveis, e a nível pastoral, podemos adotar por uma fé triunfalista. Custa-nos também a nós compreender o caminho messiânico de Jesus.
  • A autoridade evangélica que se concretiza no serviço, acima de toda a subjugação e imposição, é o estilo do exercício da autoridade na Igreja. Mas é também uma clara indicação para poder julgar evangelicamente o exercício de toda a autoridade.
  • A partir da própria fé, o crente está contra todo o exercício da autoridade que seja opressivo, ditatorial, prepotente... Também no civil, a autoridade há de ser um serviço que começa pela defesa dos últimos e dos mais empobrecidos.
© Pedro Jaramillo
© tradução e adaptação de Laboratório da fé, 2013
— a utilização ou publicação deste texto precisa da prévia autorização do autor —



Postado por Marcelino Paulo Ferreira | 27.2.13 | Sem comentários
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