VIVER O DOMINGO SEGUNDO DA QUARESMA
A cena da Transfiguração de Jesus é uma antecipação da sua ressurreição. A Quaresma não termina com a morte violenta de Jesus, injustiçado numa cruz como um malfeitor. A sua vida e sua pregação tornam compreensível o seu final trágico. Os poderosos deste mundo não estão dispostos a aceitar a sua mensagem da boa notícia do Reino de Deus, onde cada mulher e cada homem são valorizados pelo que são e não pelo que têm ou pelo que parecem, onde todos participam da mesma dignidade. Mas o mal, a violência, o poder não têm a última palavra. A Transfiguração preanuncia esta realidade; Deus Pai põe-se do lado de Jesus: «Este é o meu Filho muito amado: escutai-O».
Mais ainda, toda a Escritura — representada por Moisés e Elias: a Torá (a Lei) e os Profetas — confirmam a «razão» de Jesus. A causa de Jesus responde ao plano amoroso de Deus. A Páscoa, a sua ressurreição será a prova de que não se enganou. Como não se enganam tantos homens e tantas mulheres que também hoje em dia — a exemplo de Jesus, o Mestre — põem toda a sua existência ao serviço dos outros.
Não é fácil aceitar esta realidade. Gostamos — como Pedro, Tiago e João — da vida sem complicações; «como é bom estarmos aqui!» — repetimos como eles, quando as circunstâncias nos são propícias. Mas nem sempre estamos dispostos a arriscarmos a vida por causa de Jesus, pela boa notícia do Reino.
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Javier Velasco-Arias, nasceu no ano de 1956, em Medina del Campo (Espanha); atualmente, vive em Barcelona (desde os onze anos de idade). É biblista, professor de Sagrada Escritura no «Instituto Superior de Ciências Religiosas de Barcelona» e no «Centro de Estudos Pastorais» das dioceses da Catalunha. É responsável e membro de várias associações bíblicas, em Espanha. Na área bíblica, é autor de diversas publicações, além de artigos de temas bíblicos em revistas especializadas e na internet.
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