Texto de reflexão para o domingo vigésimo quinto
71. [...] Aos ricos que presumiam ter satisfeito suas obrigações religiosas frequentando a igreja mas sem partilharem os seus bens com os pobres ou mesmo oprimindo-os, S. Ambrósio dirige estas palavras ardentes: «Ouves, ó rico, o que diz o Senhor Deus!? E tu vens à igreja, não para dar qualquer coisa a quem é pobre, mas para te aproveitares». Igualmente exigente é S. João Crisóstomo: «Queres honrar o Corpo de Cristo? Não permitas que seja desprezado nos seus membros, isto é, nos pobres que não têm que vestir, nem O honres aqui no templo com vestes de seda, enquanto lá fora o abandonas ao frio e à nudez. Aquele que disse: ‘Isto é o meu Corpo’, confirmando o facto com a sua palavra, também afirmou: ‘Vistes-Me com fome e não me destes de comer’, e ainda: ‘Na medida em que o recusastes a um destes meus irmãos mais pequeninos, a Mim o recusastes’. (...) De que serviria, afinal, adornar a mesa de Cristo com vasos de ouro, se Ele morre de fome na pessoa dos pobres? Primeiro dá de comer a quem tem fome, e depois ornamenta a sua mesa com o que sobra». São palavras que lembram o dever de fazer da Eucaristia o lugar onde a fraternidade se torne solidariedade concreta, onde os últimos sejam os primeiros na consideração e na estima dos irmãos.