PREPARAR O DOMINGO DÉCIMO NONO
10 DE AGOSTO DE 2014
Primeiro Livro dos Reis 19, 9a.11-13a
Naqueles dias, o profeta Elias chegou ao monte de Deus, o Horeb, e passou a noite numa gruta. O Senhor dirigiu-lhe a palavra, dizendo: «Sai e permanece no monte à espera do Senhor». Então, o Senhor passou. Diante d’Ele, uma forte rajada de vento fendia as montanhas e quebrava os rochedos; mas o Senhor não estava no vento. Depois do vento, sentiu-se um terramoto; mas o Senhor não estava no terramoto. Depois do terramoto, acendeu-se um fogo; mas o Senhor não estava no fogo. Depois do fogo, ouviu-se uma ligeira brisa. Quando a ouviu, Elias cobriu o rosto com o manto, saiu e ficou à entrada da gruta.
Sai e permanece no monte à espera do Senhor
O fragmento do Primeiro Livro dos Reis, proposto pela primeira leitura do décimo nono domingo (Ano A), pertence à história do profeta Elias, o campeão de Deus em Israel perante a perversidade da rainha fenícia Jezabel, que mandava matar os profetas do Deus de Israel e protegia os profetas do deus fenício Baal. Elias, face à perseguição da rainha, teve que fugir para salvar a vida. O profeta faz o caminho inverso que tinha sido feito pelo povo de Israel desde o Horeb ou Sinai, a montanha de Deus, até à Terra Prometida. Elias foge da Terra Prometida. Perseguido pela rainha, sente-se sem forças e sem esperança. Contudo, Deus tem outros planos. No monte, onde Moisés tinha subido para se encontrar com Deus, Elias experimenta diversas realidades poderosas: um vento tempestuoso que quebra os rochedos e um terramoto que revolve a terra, mas o Senhor não está nessas manifestações impressionantes de poder. Finalmente, «ouviu-se uma ligeira brisa» (que, em hebraico, traduzido à letra, seria «a voz de um silêncio subtil») e cobriu o rosto com um manto, porque «não podes ver o meu rosto, ninguém pode vê-lo e permanecer vivo» (Êxodo 33, 20).
Quando o profeta ouve a voz do silêncio, então encontra-se diante da presença salvadora de Deus, que enche de sentido e coragem a vida dos seres humanos que o procuram.
© Joan Ferrer, Misa dominical
© tradução e adaptação de Laboratório da fé, 2014
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