INICIAR À ORAÇÃO
Bento XVI, ao pronunciar a catequese no dia um de junho de dois mil e onze, descreve Moisés como «homem de oração». Para o confirmar, socorre-se de vários momentos e circunstâncias em que, no livro do Êxodo e dos Números, podemos encontrar Moisés em oração.
O episódio comentado (Êxodo 32, 7-14) está em relação com aquilo que aconteceu junto do monte Sinai: enquanto Moisés sobe ao monte para receber as tábuas da Lei, o povo pede a Aarão que construa um bezerro de metal fundido. «Trata-se de uma tentação constante no caminho de fé: eludir o mistério divino, construindo um deus compreensível, correspondente aos próprios esquemas, aos próprios programas».
Então, estabelece-se um diálogo entre Deus e Moisés, com destaque para a intercessão deste em favor do povo. «A súplica de Moisés está inteiramente centrada na fidelidade e na graça do Senhor. […] Moisés apela-se a Deus, à vida interior de Deus, contra a sentença exterior».
Moisés «não apresenta desculpas para o pecado do seu povo, não enumera méritos presumíveis, nem do povo nem seus, mas apela para a gratuidade de Deus: um Deus livre, totalmente amor, que não cessa de procurar quem se afastou, que permanece sempre fiel a Si mesmo e oferece ao pecador a possibilidade de voltar para Ele e de se tornar, mediante o perdão, justo e capaz de fidelidade. Moisés pede a Deus que se mostre até mais forte do que o pecado e a morte e, com a sua oração, suscita este revelar-se divino».