CELEBRAR O DOMINGO QUARTO DE PÁSCOA
UMA LITURGIA SIMPLES E BELA
Apresentamos algumas sugestões para concretizar o fruto esperado deste ano pastoral: «uma liturgia simples e bela, sinal da comunhão entre Deus e os seres humanos».
Saiba com absoluta certeza
Assim se expressa Pedro, no dia de Pentecostes. Exprime a «certeza da fé», que lhe vem do facto de ter recebido o Espírito Santo e de estar imbuído do mesmo Espírito. Esta certeza não é imposta cegamente. É dialogante. Leva-o a dar razão daquilo em que acredita, a explicar como a fé o faz ser uma pessoa nova e, por isso — porque é tão grande o benefício —, sente necessidade de a propor aos outros. Resume, assim, a sua certeza: «Deus fez Senhor e Messias esse Jesus que vós crucificastes». Sim! Jesus é o Messias salvador esperado e, portanto, é o único Senhor da vida e do mundo. Este é o «kerigma». Esta é a proposta da Igreja. Jesus Cristo ressuscitado é o Senhor. Vale a pena segui-lo! A reação das pessoas é imediata: «Que havemos de fazer, irmãos?». Uma reação muito humana (também é a nossa). É a preocupação em saber o que é preciso fazer para ter a certeza de estar a seguir Jesus Cristo. Mas Pedro, que o tinha aprendido na relação próxima e pessoal com Jesus Cristo, explica-lhes que não se trata de «fazer coisas», mas «ser» de uma maneira nova, trata-se de «conversão». Ora, isto só é possível através da ação do Espírito Santo. «Convertei-vos e peça cada um de vós o Baptismo em nome de Jesus Cristo, para vos serem perdoados os pecados. Recebereis então o dom do Espírito Santo». Abre-se o caminho à vida pascal da Igreja!
Que havemos de fazer, irmãos?
A questão colocada a Pedro pelos seus ouvintes ressoa, com força, neste domingo que é também dia mundial de oração pelas vocações. Assistimos com algum fatalismo à diminuição do número de presbíteros, por exemplo. E o mesmo se pode dizer em relação àqueles que decidem constituir família, mas prescindem da celebração do sacramento do Matrimónio. «Que havemos de fazer?». Pedro convida à conversão (fé) e ao batismo. A Igreja convida-nos à oração, a viver melhor a nossa condição de batizado. A Liturgia da Palavra convida ainda a professar, com sinceridade, a nossa fé no Senhor que nos «guia por sendas direitas», a seguir o seu exemplo, principalmente no amor aos irmãos, a deixar-se conduzir pela sua voz, certos de ele que nos dá «a vida em abundância».
Arte de celebrar
VOCAÇÕES. O quarto domingo de Páscoa, «Domingo do Bom Pastor», é também o dia mundial de oração pelas vocações. Num tempo em que as vocações presbiterais e religiosas são cada vez mais raras, vale a pena recordar que Deus continua a chamar homens e mulheres para servir o Evangelho e a Igreja. A homilia, um breve testemunho, as intenções da Oração Universal, a oração proposta para este dia, a evocação de figuras da história local recente, uma informação sobre a questão das vocações atuais, os cânticos: tudo isto pode ajudar a comunidade a refletir sobre este assunto e a tomar decisões concretas.
© Laboratório da fé, 2014
Fé celebrada com a comunidade
- Caminho do Batismo. Neste dia mundial de oração pelas vocações, recordemos que Jesus Cristo é o único pastor, a única porta que nos abre o caminho para o Pai. Ele é a fonte da água viva para os filhos e filhas de Deus... Como nos outros domingos de Páscoa, dar preferência ao rito de aspersão em vez do (habitual) momento penitencial no início da celebração.
- Caminho de Conversão. Na primeira leitura, Pedro convida à conversão. O leitor pode começar a proclamação (com voz forte) no meio da assembleia (a primeira frase); depois percorre lentamente a assembleia até chegar ao ambão, onde continua a leitura do texto bíblico (a partir de «ouvindo isto»).
- Caminho de Páscoa. Jesus Cristo diz que vem para que as suas «ovelhas tenham vida e a tenham em abundância». A Oração Eucarística para a assembleia com crianças III (com os textos próprios do tempo de Páscoa) recorda o que é a «vida em abundância» proposta por Jesus Cristo.
Fé celebrada com a catequese
- O dia mundial de oração pelas vocações é uma oportunidade para ajudar os catequizandos a compreender que Jesus Cristo nos chama a viver uma vocação tendo por base o Batismo. Batizados, somos chamados a ser... Não se trata de uma mera realização profissional ou familiar; é um desafio a seguir Jesus Cristo num estado de vida concreto, a viver o amor à maneira de Jesus Cristo. O guião preparado pela Comissão Episcopal Vocações e Ministérios para a oração pelas vocações apresenta várias sugestões a propósito do tema deste ano: «Vocações: testemunho da verdade». Depois, na eucaristia, no final da primeira leitura, chama-se cada um: «N..., Jesus chama-te». A seguir, o salmo canta a confiança dos «chamados».
© Laboratório da fé, 2014