Mistério da fé! [26]


O Sacramento da Reconciliação associa a si aspetos que devem ser tidos em conta, na preparação, na celebração e até depois da celebração. Quem, como, quando e onde — são questões que sintetizam alguns desses pontos. [Para ajudar a compreender melhor, ler: João 20, 21-23); Catecismo da Igreja Católica (CIC), números 1461 a 1470 e 1480 a 1484]

«Àqueles a quem perdoardes os pecados, ficarão perdoados»

— é uma parte da missão confiada aos Apóstolos, no evangelho segundo João. «A Igreja viu nestas palavras a instituição do sacramento da reconciliação, que é fonte de paz e alegria, e definiu o seu sentido literal; de facto, Jesus diz: A quem perdoardes os pecados, e não simplesmente: ‘A quem pregardes o perdão dos pecados’. Pois dizer ficarão perdoados corresponde a ‘Deus perdoará’» (Bíblia Sagrada, Nota ao texto de João, Difusora Bíblica, 1770).

Reconciliação

O Sacramento da Penitência e da Reconciliação também «é chamado sacramento da confissão, porque o reconhecimento, a confissão dos pecados perante o sacerdote é um elemento essencial deste sacramento. Num sentido profundo, este sacramento é também uma ‘confissão’, reconhecimento e louvor da santidade de Deus e da sua misericórdia para com o ser humano pecador» (CIC 1424).

Quem deve reconciliar-se?

A «primeira confissão» está associada à preparação para a Primeira Comunhão (Festa da Eucaristia). Daí em diante, deve-se confessar antes de comungar, se tiver cometido algum pecado grave. «A Confissão é também o maior dom da cura e de uma crescente união com o Senhor [...]. Os cristãos que levam a sério o seguimento de Jesus procuram a alegria que provém de um radical reinício com Deus» (Catecismo Jovem da Igreja Católica [YOUCAT], 235).

Quem pode perdoar os pecados?

«Só Deus pode perdoar os pecados. ‘Os teus pecados estão perdoados!’ (Marcos 2, 5) disse Jesus, porque é o Filho de Deus. E apenas porque Jesus lhes deu poder, os sacerdotes podem perdoar no lugar de Jesus [...]. Ninguém pode perdoar os pecados se não tiver a missão de Deus para isso e a força proveniente d’Ele para que realmente ocorra o perdão concedido ao penitente. Para isso são designados os bispos e os presbíteros» (YOUCAT, 228 e 236).

Como é celebrada a reconciliação?

«Os elementos da celebração são os seguintes: saudação e bênção do sacerdote, leitura da Palavra de Deus para iluminar a consciência e suscitar a contrição e exortação ao arrependimento; a confissão que reconhece os pecados e os manifesta ao sacerdote; a imposição e aceitação da penitência; a absolvição do sacerdote; o louvor de ação de graças e a despedida com a bênção do sacerdote. [...] O sacramento da Penitência pode também ter lugar no âmbito duma celebração comunitária, na qual se faz uma preparação conjunta para a confissão e conjuntamente se dão graças pelo perdão recebido. [...] Esta celebração comunitária exprime mais claramente o carácter eclesial da penitência» (CIC 1480 e 1482). O Ritual prevê três modalidades: para a celebração da reconciliação: um só penitente; vários penitentes com confissão e absolvição individual; vários penitentes com confissão e absolvição geral.

Quando se pode reconciliar?

«A reconciliação dos penitentes pode celebrar-se em qualquer tempo e dia. [...] O tempo da Quaresma é o mais próprio» (Ritual Romano da Celebração da Penitência, 13). Além do que já se disse na primeira questão, a Igreja recomenda que se celebre este Sacramento, pelo menos, uma vez por ano. «A pessoa deve confessar-se quando sente necessidade do perdão e da reconciliação com Deus e com os irmãos. Alguém poderá dizer: ‘Se for assim, há gente que nunca se confessará’. É possível [...]. Agora, eu pergunto: ‘É cristão o gesto de passar a vida toda sem sentir necessidade da reconciliação?» (José Bortolini, «Os Sacramentos na tua vida», São Paulo, Lisboa 1995, 83-84).

Onde se pode reconciliar?

«O sacramento da Penitência celebra-se ordinariamente na igreja ou capela. O local próprio para o ato sacramental deve assegurar, por um lado, a discrição e prudência requeridas no diálogo entre o penitente e o sacerdote, e responder, por outro lado, às exigências de uma ação litúrgica [...]. Os confessionários devem manter-se [...]. São de prever, além disso, espaços ou dispositivos que permitam o diálogo face a face para quem o prefira» (Ritual Romano da Celebração da Penitência, 12 bis).

«Quando foi a última vez que te confessaste? Cada um pense nisto... [...] Sê corajoso e vai confessar-te!» (Francisco, Audiência Geral de 19 de fevereiro de 2014).






Reflexões semanais sobre a «fé celebrada» (liturgia e Sacramentos) — Laboratório da fé, 2014
Postado por Marcelino Paulo Ferreira | 3.4.14 | Sem comentários
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