Texto de reflexão para o sexto domingo da quaresma
43. [...] A Eucaristia é suprema expressão e celebração do mistério da «kénosis», ou seja, do despojamento mediante o qual Jesus Cristo «humilhou-Se a Si mesmo, feito obediente até a morte e morte de cruz» (Filipenses 2, 8). De facto, a Missa é uma atualização viva do sacrifício do Gólgota. Debaixo das espécies do pão e do vinho, sobre as quais foi invocada a efusão do Espírito que opera com uma eficácia completamente singular nas palavras da consagração, Jesus Cristo oferece-Se ao Pai com o mesmo gesto de imolação com que Se ofereceu na cruz. «Neste divino sacrifício que se realiza na Missa, está presente e é imolado de modo incruento aquele mesmo Cristo, que Se ofereceu uma só vez de modo cruento sobre o altar da cruz». E ao seu sacrifício, Jesus Cristo une o sacrifício da Igreja: «Na Eucaristia, o sacrifício de Jesus Cristo torna-se também o sacrifício dos membros do seu Corpo. A vida dos fiéis, o seu louvor, o seu sofrimento, a sua oração, o seu trabalho unem-se aos de Jesus Cristo e à sua total oblação, adquirindo assim um novo valor». Esta participação da comunidade inteira assume uma visibilidade particular na assembleia dominical, que permite trazer ao altar a semana que passou com todo o peso humano que a caracterizou.
- Não podemos viver sem o domingo! — textos publicados no Laboratório da fé > > >