PREPARAR O DOMINGO DE RAMOS [SEXTO DA QUARESMA]
O Domingo de Ramos antecipa liturgicamente os acontecimentos que se vão desenvolver ao longo da Semana Santa: anuncia o desenlace trágico da vida de Jesus. Preludia um final que, não obstante, não acaba na morte, «uma morte de cruz» — como sublinha a carta aos Filipenses (segunda leitura) —, mas com a ressurreição, com a exaltação de Jesus, a quem se concede o «nome que está acima de todos os nomes».
É um final, do ponto de vista humano, carregado de traição: «Aquele que eu beijar, é esse mesmo. Prendei-O»; mas com uma resposta de amor dada por Jesus: «Amigo, a que vieste?». A sua morte corresponde à maneira como viveu. A sua máxima foi a fidelidade à vontade de Deus Pai e o amor a cada ser humano, filho e filha desse Pai. Precisamente por isso, morre colocando-se nas mãos do Pai, a partir da experiência sensível da ausência de Deus, como fica provado pela oração do salmo 22 (21), que o evangelista põe na boca de Jesus: «Meu Deus, meu Deus, porque Me abandonastes?», mas consciente de que o Pai pode mudar a morte em vida, o mal em bem. Será na cruz que o hão de reconhecer, que o reconheceremos como Filho de Deus: «Este era verdadeiramente Filho de Deus».
© Javier Velasco-Arias
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Javier Velasco-Arias, nasceu no ano de 1956, em Medina del Campo (Espanha); atualmente, vive em Barcelona (desde os onze anos de idade). É biblista, professor de Sagrada Escritura no «Instituto Superior de Ciências Religiosas de Barcelona» e no «Centro de Estudos Pastorais» das dioceses da Catalunha. É responsável e membro de várias associações bíblicas, em Espanha. Na área bíblica, é autor de diversas publicações, além de artigos de temas bíblicos em revistas especializadas e na internet.
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