PREPARAR O DOMINGO DO BATISMO DE JESUS

12 DE JANEIRO DE 2014


Isaías 42, 1-4.6-7

Diz o Senhor: «Eis o meu servo, a quem Eu protejo, o meu eleito, enlevo da minha alma. Sobre ele fiz repousar o meu espírito, para que leve a justiça às nações. Não gritará, nem levantará a voz, nem se fará ouvir nas praças; não quebrará a cana fendida, nem apagará a torcida que ainda fumega: proclamará fielmente a justiça. Não desfalecerá nem desistirá, enquanto não estabelecer a justiça na terra, a doutrina que as ilhas longínquas esperam. Fui Eu, o Senhor, que te chamei segundo a justiça; tomei-te pela mão, formei-te e fiz de ti a aliança do povo e a luz das nações, para abrires os olhos aos cegos, tirares do cárcere os prisioneiros e da prisão os que habitam nas trevas».



Eis o meu servo, a quem Eu protejo


Este texto é o anúncio de Deus aos exilados de Israel: Deus decidiu fazer coisas novas, inauditas. Através do Servo realizar-se-á esta novidade de Deus.
A profecia começa pelo anúncio do Servo, embora não seja identificado. A Igreja, no contexto da liturgia deste domingo, convida-nos a identificá-lo com Jesus, que cumpriu a missão de levar o evangelho do Reino ao mundo.
O Servo recebeu o sopro do Espírito de Deus, que lhe deu o poder de fazer o que mundo acha impossível: «estabelecer a justiça na terra». O que significa tornar possível um mundo de relações sociais que favoreçam a vida, a confiança, a equidade. Isto é altamente conflituoso porque os poderes do mundo não o querem. O Servo, contudo, não atua com violência: a justiça de Deus é levada com gentileza, mas sem desfalecer nem vacilar. O Servo manifesta respeito pelas pessoas débeis, frágeis ou que se encontram em perigo. A sua maneira de levar a justiça segue o caminho da justiça: os meios estão ao serviço do fim que se pretende alcançar.
Na segunda parte da profecia, escutamos a voz de Deus dirigida ao Servo: Aquele que enviou o Servo é o mesmo que enviou o Espírito sobre a Criação. É o poder de Deus sobre a Criação que agora atua na missão do Servo.
Este Servo tem como destino servir a vontade de Deus, que haveria de ter prevalecido desde toda a eternidade. Que a sociedade seja reorientada contra a escravidão, a opressão e a incapacidade. Deus, agora, confere o poder para realizar esta transformação. O Criador quer que a Criação seja reabilitada em plenitude.
O texto deixa bem claro que este trabalho concreto e histórico é obra de Deus: «Eu, o Senhor» é o ator desta obra soberana e transformadora do mundo. A esperança e o trabalho concreto de tornar ativa a justiça é movida pela soberania transcendente de Deus, que quer a vida no meio desta história de escuridão e morte.

© Joan Ferrer, Misa dominical
© tradução e adaptação de Laboratório da fé, 2014
A utilização ou publicação deste texto precisa da prévia autorização do autor


Preparar o domingo do Batismo de Jesus (Ano A), no Laboratório da fé, 2014
Postado por Marcelino Paulo Ferreira | 8.1.14 | 2 comentários
2 comentários:
  1. muito bom trabalho d aprofundamento da fé. Qto tempo desejei um subsidio assim. grato pelo esforço e competencia. por 'isto' nao me importaria d pagar.

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    1. Obrigado Jorge pelo comentário. Faremos o possível para continuar a corresponder ao seu comentário. E a fazermos deste espaço um «laboratório da fé».

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