PREPARAR A SOLENIDADE DE SANTA MARIA, MÃE DE DEUS
1 DE JANEIRO DE 2014
Início do ano: talvez seja o tema que mais se respira no ambiente destes dias. Oitava do Natal: há uma semana que celebramos com alegria a incarnação do Filho de Deus. Solenidade de Santa Maria: é muito pertinente também recordarmos a Mãe do Filho de Deus incarnado. Jornada pela paz: a primeira leitura e o salmo convidam a pensar neste tema. Talvez seja demasiado para um só dia!
A bênção de Deus para o ano que começa
A fórmula de bênção, que o próprio Deus ditou a Moisés, abre a Liturgia da Palavra do primeiro dia do ano civil. Fórmula que, depois de pedir que Deus «te abençoe e te proteja», contém uma dupla petição: «O Senhor faça brilhar sobre ti a sua face e te seja favorável»; com o aditamento: «volte para ti os seus olhos e te conceda a paz». É o olhar de Deus sobre nós o que nos salva, mais do que o nosso olhar para ele. Com os augúrios da bênção de Deus podemos iniciar o novo ano apesar das nuvens escuras que existem em muitos lugares, com a confiança de que iniciamos o ano em nome de Deus que nos acompanhará, a nós e a todos os povos da terra, com a sua bênção.
© Lluis Prat, Misa dominical
© tradução e adaptação de Laboratório da fé, 2013
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O ano começa com uma «bênção». Por três vezes repete-se este termo: para indicar que é uma fórmula «ad casum»; no próprio texto e no aditamento final. Uma bênção que procede da vontade de Deus e se destina a todo o povo. Deus confia-a a Aarão (início da função sacerdotal) e a seus filhos, os levitas. A bênção inclui a proteção (supõe-se que de toda a adversidade), a presença de Deus (manifestada no seu «rosto» luminoso) que se fixa em cada ser humano, e a «paz» (entendida em sentido amplo, bíblico). Para o crente, qualquer referência de vida começa e culmina em Deus; um Deus que não quer o fracasso do humano, mas que desenvolva todas as suas qualidades, as suas capacidades, e alcance a sua meta. A bênção é como o «pórtico» por onde Deus entra em cada o ano que começa. A Escritura entende-se como uma «história de salvação»; podemos dizer, «uma história de bênçãos»; e nunca deve ser entendida como uma «história de condenação»; isto é, nunca devemos lê-la como uma «história de maldições».