PREPARAR O DOMINGO TRIGÉSIMO QUARTO
Certamente que muitos já se admiraram pelo facto de ter sido escolhido para a festa de «Jesus Cristo, Rei do Universo» o evangelho em gozam com Jesus crucificado: troça feita pelos dirigentes judaicos, pelos soldados romanos e até por um dos que o acompanham no suplício da crucificação. A verdade é que o reinado de Jesus é algo bem diferente do que é exercido pelos que são chamados reis ou governantes. Ele é o ungido (Messias) de Deus, o rei dos judeus e também de todo o universo, aquele que proclama a chegada do reinado de Deus. O seu reino não «é» deste mundo, mas não quer dizer que não se tenha iniciado «neste» mundo. É um reinado de amor, de perdão («Hoje estarás comigo no Paraíso»), de fraternidade, de dignidade humana, de serviço. É outra forma de entender as relações de poder.
A sua forma de viver e de morrer ensina a qualquer um que tenha cargos de responsabilidade, sobretudo na Igreja, que não pode ser como é habitual neste mundo; tem de ser de outra maneira. O seu reinado é serviço – no sentido literal da expressão –, sobretudo aos que mais necessitam; é entrega até às últimas consequências, mesmo até à morte; é fazer-se como o mais pequeno, como o mais débil; é renunciar a qualquer imposição; é abdicar de qualquer privilégio...
© Javier Velasco-Arias
© La Biblia compartida — blogue de Javier Velasco-Arias y Quique Fernández
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