REZAR O DOMINGO TRIGÉSIMO QUARTO

24 DE NOVEMBRO DE 2013


Evangelho segundo Lucas 23, 35-43

Naquele tempo, os chefes dos judeus zombavam de Jesus, dizendo: «Salvou os outros: salve-Se a Si mesmo, se é o Messias de Deus, o Eleito». Também os soldados troçavam d’Ele; aproximando-se para Lhe oferecerem vinagre, diziam: «Se és o Rei dos judeus, salva-Te a Ti mesmo». Por cima d’Ele havia um letreiro: «Este é o Rei dos judeus». Entretanto, um dos malfeitores que tinham sido crucificados insultava-O, dizendo: «Não és Tu o Messias? Salva-Te a Ti mesmo e a nós também». Mas o outro, tomando a palavra, repreendeu-o: «Não temes a Deus, tu que sofres o mesmo suplício? Quanto a nós, fez-se justiça, pois recebemos o castigo das nossas más acções. Mas Ele nada praticou de condenável». E acrescentou: «Jesus, lembra-Te de mim, quando vieres com a tua realeza». Jesus respondeu-lhe: «Em verdade te digo: Hoje estarás comigo no Paraíso».



Segunda, 18: O POVO OLHA

No domingo passado, Jesus advertia-nos: «Tende cuidado; não vos deixeis enganar» (Lucas 21, 8). Agora, enquanto os chefes dos judeus zombavam de Jesus, o povo permanecia ali a olhar. Jesus tinha convidado a segui-lo e o povo fica passivamente diante da cruz. Esta atitude reenvia para os momentos em que, por vergonha ou medo, renuncio à indignação diante da condenação do inocente. Até posso ter a atitude indecente de ficar fascinado perante o que se está a passar. No meio do povo, imagino-me lá, contemplando a cena. Estou indignado?



Terça, 19: ESPIRAL DE VIOLÊNCIA

Os chefes zombavam. Os soldados troçavam. Um dos malfeitores injuria-o. Há um crescendo de violência na narração; o triunfo dos poderosos e dos malfeitores torna-se arrogante diante do indefeso. Hoje, tomo tempo para fazer memória do sofrimento silencioso de Cristo: as zombarias, os insultos, o despreso... Tudo isso foi vencido por Jesus.



Quarta, 20: UM ECO DIABÓLICO

«Salva-Te a Ti mesmo»: eis a ordem dos chefes, dos saldados, do malfeitor. Como um eco da tripla tentação que o diabo apresenta a Jesus, no capítulo 4 do evangelho. «Se és filho de Deus»..., sussurrava o diabo. «Se és o Messias», «Se és o Rei dos judeus» — repetem os injuriosos. Isto dá uma ideia da conceção que têm de poder, da autoridade: uma espécie de reserva mágica que pode ser usada em caso de dificuldade. Medito na revolução da perspetiva: a autoridade de Deus, a que está a testemunhar o seu Filho, é a do amor até ao fim, deixando-nos livres a ponto de não o reconhecer.



Quinta, 21: AO CENTRO, A CRUZ

O letreiro «Este é o Rei dos judeus» está no coração deste texto. Como a verdade que germina, apesar da violência e da ignomínia que dominam a cena. Sinal irrisório, este cenário não anuncia senão o necessidade de passar pela cruz para entrar no mistério de Deus. Contemplo a cruz onde Jesus está pregado. Depois, traço lentamente o sinal da cruz sobre mim, dizendo ao mesmo tempo «em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo». Dois mil anos depois, o que significa, para mim, agora, traçar uma cruz sobre o meu corpo?



Sexta, 22: LEMBRA-TE DE MIM

O segundo malfeitor tem a lucidez sobre as más ações que ele e o seu companheiro cometeram. Mas está, sobretudo, cheio de coragem. Qual é a esperança que habita este homem que, em pleno caos, se revela consciente de que a sua vida vale mais do que a soma dos seus atos, a ponto de chamar o Messias pelo seu primeiro nome?! «Jesus, lembra-te de mim»! Qualquer que seja a minha vida, com os seus altos e baixos, será que tenho coragem de a ritmar pelo apelo constante a Cristo, chamando pelo seu nome, Jesus, como se faz a um amigo?



Sábado, 23: O PARAÍSO, JÁ

«Hoje estarás»...: a associação do presente com o futuro. Jesus rompe o seu silêncio para dizer que o seu reino começa agora. Não escaparemos, como o malfeitor e Jesus, à morte temporal, porque ela é uma passagem para a vida. Neste final da semana, deixo florir a força que é evocada pelo «Paraíso» que Jesus promete, lembrando-me também que acreditando (como o malfeitor) em Jesus Messias, já posso viver desta realidade nova e feliz: o reino de Cristo.



Domingo, 24: O SANGUE DO FILHO REVELA-NOS O PAI

No fim deste tempo litúrgico, celebramos Cristo, Rei do Universo. Para celebrar a sua cabeça, a Igreja recorda-nos a decadência que endureceu aqueles a quem foi anunciada, pelo próprio Jesus, uma nova criação, durante a sua vida pública. Para compreender este paradoxo, dêmos particular atenção ao que escreve Paulo aos Colossenses (segunda leitura). Como ao malfeitor, Deus arranca-nos do poder das trevas e faz-nos entrar no reino de seu Filho, pelo qual os nossos pecados são perdoados. «Aprouve a Deus que n’Ele residisse toda a plenitude e por Ele fossem reconciliadas consigo todas as coisas, estabelecendo a paz, pelo sangue da sua cruz, com todas as criaturas na terra e nos céus» (Colossenses 1, 19-20).



© www.versdimanche.com
© tradução e adaptação de Laboratório da fé, 2013

Rezar o domingo trigésimo quarto (Ano C), no Laboratório da fé, 2013
Postado por Marcelino Paulo Ferreira | 18.11.13 | Sem comentários
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