CELEBRAR O DOMINGO VIGÉSIMO OITAVO
UMA LITURGIA SIMPLES E BELA
No início de um (novo) ano pastoral dedicado à temática da fé celebrada, iniciamos a publicação desta rubrica «CELEBRAR O DOMINGO». Apresentamos algumas sugestões para concretizar o fruto esperado deste ano pastoral: «uma liturgia simples e bela, sinal da comunhão entre Deus e os seres humanos».
A salvação é para todos
- O que é a salvação? Quem será salvo? Estas questões estão no coração da Palavra do vigésimo oitavo domingo (Ano C); e nós escutaremos a resposta: pela fé, pela fé no «Senhor, Deus de Israel», pela fé no Senhor que dá a vitória, que ressuscitou Jesus Cristo. Sim, «a tua fé te salvou» — dirá Jesus Cristo ao leproso que volta atrás para lhe dar graças. Porque a fé permite acolher a salvação, dom gratuito de Deus; depois conduz ao agradecimento e à ação de graças; depois leva ao canto de glória a Deus, ao louvor pelas suas maravilhas! Desta salvação, ninguém é excluído «a priori»: o único leproso verdadeiramente salvo é um estrangeiro...
- A presença de dez leprosos no evangelho é uma ocasião para (re)lembrar que os números bíblicos estão carregados de simbologia. O número «dez» tem um valor mnemónico (dez dedos): os dez mandamentos, por exemplo. Também transmite a ideia de uma grande quantidade: a salvação é oferecida a todas as pessoas.
Arte de celebrar
A anamnese dirige-se a Jesus Cristo. Durante a oração eucarística, que é dirigida ao Pai, faz-se a anamnese. É bom lembrar que os critérios essenciais da anamnese («fazer memória») são: dirigir-se a Jesus Cristo para evocar a sua morte, celebrar a sua ressurreição e esperar a sua vinda gloriosa. Não é suficiente relatar os acontecimentos («Cristo veio» ou «Hoje, celebramos Jesus Cristo»). Trata-se de aclamar Jesus Cristo vivo. Com o momento penitencial, a aclamação antes do evangelho, a oração pela paz e o Cordeio de Deus, é um dos cinco momentos em que a assembleia se dirige diretamente a Jesus Cristo (excetuando algumas orações).
Fé celebrada com a comunidade
- A eucaristia está preenchida pelo tema da salvação: Deus dá a graça da salvação; nós damos graças pelo dom da salvação, pelo dom do seu amor. Esta temática pode acompanhar o desenrolar da celebração com uma breve frase: (antes da entrada) «Deus acolhe-nos com alegria para renovar a fé celebrada no Batismo»; (depois da primeira leitura, antes do salmo) «Deus dá a sua graça, o dom do seu amor. Cantemos as suas maravilhas!»; (depois da segunda leitura, antes do Aleluia) «Recordemos Jesus Cristo que nos salva. Recordemos a fé do nosso batismo»; (no início da liturgia eucarística, antes do diálogo do prefácio) «Deus, Pai Santo, estamos aqui para te dar graças».
- A importância do tema da salvação, associado à purificação, sugere a quarta fórmula do momento penitencial: aspersão. Um grande vaso de vidro pode ser colocado junto do altar; o presidente abençoa a água; depois, retira para uma caldeira e asperge toda a assembleia (este momento pode ser acompanhado por um cântico batismal).
Fé celebrada com a catequese
Celebrar a eucaristia é dar graças, é dizer obrigado a Deus por tudo o que Jesus Cristo fez por nós. Mas nós somos um pouco como os dez leprosos do evangelho: temos necessidade que Jesus, o Mestre, tenha compaixão de nós, isto é, nos ame apesar das nossas faltas... Por isso, Jesus Cristo foi até ao limite do seu amor: morreu e ressuscitou por nós! Já pensamos em lhe dizer obrigado, em «voltar atrás» para dar glória a Deus? Ao iniciar a liturgia eucarística as crianças recordarão esta atitude fundamental do cristão com um grande «obrigado» que colocam junto do altar; transmitem esta mesma atitude, deslocando-se lentamente, duas a duas, para se inclinarem diante do altar.
© Laboratório da fé, 2013
© Laboratório da fé, 2013