PREPARAR O DOMINGO: vigésimo sexto domingo
A parábola do vigésimo sexto domingo (Ano C) faz-nos tremer tanto que parece ir contra a ternura e a misericórdia de Deus. Pensemos: após a morte, um abismo, uma grande abismo, separa o pobre Lázaro do rico de quem ninguém sabe o nome. Então, onde está a bondade de Deus, supostamente, prometida para todos?
É bom reparar nas citações ou atitudes evangélicas que nos chocam e nos parecem em total contradição com a nossa fé. É conveniente não passar rapidamente à frente. A Palavra é uma espada de dois gumes. Não fiquemos sempre com a parte que nos interessa!
Coloquemos a hipótese da existência de um abismo, após a morte, para visualizar de forma clara o que o rico — e nós? — nunca tinha visto ou nunca quis ver durante a vida.
Por outras palavras: se este abismo nos assusta, tanto melhor! Porque deveria acontecer o mesmo em relação aos abismos que, hoje, separam o nosso mundo...
O amor de Cristo impele-nos à conversão. Acreditamos que existe um abismo também intransponível para nós?
© Thierry Lamboley — www.versdimanche.com
© tradução e adaptação de Laboratório da fé, 2013