S. Barbabé, 11 de junho — terça-feira da décima semana
Evangelho segundo Mateus 5, 13-16
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Vós sois o sal da terra. Mas se ele perder a força, com que há-de salgar-se? Não serve para nada, senão para ser lançado fora e pisado pelos homens. Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada sobre um monte; nem se acende uma lâmpada para a colocar debaixo do alqueire, mas sobre o candelabro, onde brilha para todos os que estão em casa. Assim deve brilhar a vossa luz diante dos homens, para que, vendo as vossas boas obras, glorifiquem o vosso Pai que está nos Céus».
Barnabé
Hoje, a liturgia celebra Barnabé, sobrenome de um judeu cipriota chamado José, que se tornou cristão e companheiro de Paulo. Barnabé significa «filho da consolação». A ele se refere Bento XVI, numa das audiências gerais sobre os apóstolos (31 de janeiro de 2007): «Tendo-se estabelecido em Jerusalém, ele foi um dos primeiros a abraçar o cristianismo, depois da ressurreição do Senhor. Com grande generosidade vendeu um campo de sua propriedade entregando a quantia aos Apóstolos para as necessidades da Igreja (cf. Atos 4, 37). Foi ele quem se fez garante da conversão de Saulo junto da comunidade cristã de Jerusalém, a qual ainda desconfiava do antigo perseguidor (cf. Atos 9, 27). Tendo sido enviado a Antioquia da Síria, foi buscar Paulo a Tarso, onde se tinha retirado, e transcorreu com ele um ano inteiro, dedicando-se à evangelização daquela importante cidade, em cuja Igreja Barnabé era conhecido como profeta e doutor (cf. Atos 13, 1). Assim Barnabé, no momento das primeiras conversões dos pagãos, compreendeu que tinha chegado a hora de Saulo, o qual se retirara para Tarso, sua cidade. Foi ali procurá-lo. Assim, naquele momento importante, quase restituiu Paulo à Igreja; deu-lhe, neste sentido, novamente o Apóstolo das Nações. Da Igreja antioquena Barnabé foi enviado em missão juntamente com Paulo, realizando o que classifica como primeira viagem missionária do Apóstolo. Na realidade, tratou-se de uma viagem missionária de Barnabé, sendo ele o verdadeiro responsável, ao qual Paulo se juntou como colaborador, chegando às regiões de Chipre e da Anatólia centro-meridional, na actual Turquia, com as cidades de Attalia, Perge, Antioquia de Psídia, Listra e Derbe (cf. Atos 13-14). Juntamente com Paulo foi depois ao chamado Concílio de Jerusalém onde, depois de um aprofundado exame da questão, os Apóstolos com os Anciãos decidiram separar a prática da cincuncisão da identidade cristã (cf. Atos 15, 1-35). Só assim, no final, tornaram oficialmente possível a Igreja dos pagãos, uma Igreja sem circuncisão: somos filhos de Abraão simplesmente pela fé em Cristo».
As vossas boas obras
Jesus Cristo usa três metáforas — sal, luz, cidade no alto do monte — para explicar a maneira de viver dos discípulos.
«Vós sois o sal da terra». Curiosamente, Jesus relaciona o sal com os alimentos, mas com a terra. E também é estranho que o sal perca a sua força! O mais provável é que Jesus Cristo se refira ao facto de o sal ter como finalidade os «outros», não serve para si mesmo, mas para enriquecer os alimentos com as suas qualidades. Neste sentido, o discípulo é «sal» quando vive para os outros, quando usa as suas qualidades em favor dos outros. As outras duas metáforas — «Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada sobre um monte» — destacam a visibilidade. Então, o discípulo tem de ser transparente, não pode ter nada a esconder. Uma vez mais também aqui Jesus Cristo destaca a utilidade em favor dos outros.
O mais importante de tudo são as obras: «as vossas boas obras». O objetivo de Jesus Cristo é que os seus discípulos se destacam pela prática de «boas obras». A vida cristã tem de ser pautada por «boas obras», isto é, ações que sejam sal e luz na vida dos outros. Uma maneira de viver, em todas as situações, que motive os outros a acreditar, a dar glória a Deus.