Natureza e fundamento do culto
Este culto, tal como sempre existiu na Igreja, embora inteiramente singular, difere essencialmente do culto de adoração, que se presta por igual ao Verbo encarnado, ao Pai e ao Espírito Santo, e favorece-o poderosamente. Na verdade, as várias formas de piedade para com a Mãe de Deus, aprovadas pela Igreja, dentro dos limites de sã e reta doutrina, segundo os diversos tempos e lugares e de acordo com a índole e modo de ser dos fiéis, têm a virtude de fazer com que, honrando a mãe, melhor se conheça, ame e gloria fique o Filho, por quem tudo existe (cf. Colossenses 1, 15-16) e no qual «aprouve a Deus que residisse toda a plenitude» (Colossenses 1, 19), e também melhor se cumpram os seus mandamentos (Constituição Dogmática sobre a Igreja — «Lumen Gentium», 66).
Mistérios a partir do texto da «Lumen Gentium»
- PRIMEIRO MISTÉRIO: O CULTO MARIANO DIFERE DO CULTO DE ADORAÇÃO
Com estas palavras da Constituição Dogmática sobre a Igreja, o Concílio reafirma as características do culto mariano. A veneração dos fiéis para com Maria, embora superior ao culto dirigido aos outros Santos, é entretanto inferior ao culto de adoração reservado a Deus, do qual difere essencialmente. Com o termo «adoração» é indicada a forma de culto que o ser humano presta a Deus, reconhecendo-O Criador e Senhor do universo (
João Paulo II, Audiência Geral de 22 de outubro de 1997).
- SEGUNDO MISTÉRIO: A ADORAÇÃO AO VERBO ENCARNADO, AO PAI E AO ESPÍRITO SANTO
Iluminado pela revelação divina, o cristão adora o Pai «em espírito e verdade» (João 4, 23). Com o Pai, adora Cristo, Verbo encarnado, exclamando com o apóstolo Tomé: «Meu Senhor e meu Deus!» (João 20, 28). No mesmo acto de adoração inclui o Espírito Santo, que «com o Pai e o Filho é adorado e glorificado», como recorda o Símbolo Niceno-Constantinopolitano. Por isso, há uma distância infinita entre o culto mariano e o que é dirigido à Trindade e ao Verbo encarnado (
João Paulo II, Audiência Geral de 22 de outubro de 1997).
- TERCEIRO MISTÉRIO: PIEDADE MARIANA DENTRO DA SÃ E RETA DOUTRINA
A mesma linguagem com a qual a comunidade cristã se dirige à Virgem, embora por vezes evocando os termos do culto a Deus, assume significado e valor inteiramente diversos. Assim, o amor que os crentes nutrem por Maria difere daquele que se deve a Deus: enquanto o Senhor deve ser amado sobre todas as coisas com todo o coração, com toda a alma e com toda a mente (cf. Mateus 22, 37), o sentimento que une os cristãos à Virgem repropõe no plano espiritual o afecto dos filhos para com a mãe (
João Paulo II, Audiência Geral de 22 de outubro de 1997).
- QUARTO MISTÉRIO: MELHOR SE CONHEÇA, AME E GLORIFIQUE O FILHO
O Concílio recorda que a veneração dos cristãos à Virgem, «favorece poderosamente» o culto prestado ao Verbo encarnado, ao Pai e ao Espírito Santo. Acrescenta depois que as várias formas de piedade mariana «têm a virtude de fazer com que, honrando a mãe, melhor se conheça, ame e glorifique o Filho». O culto mariano é destinado a promover a adesão fiel a Jesus Cristo. Venerar a Mãe de Deus significa afirmar a divindade de Cristo (cf.
João Paulo II, Audiência Geral de 22 de outubro de 1997).
- QUINTO MISTÉRIO: MELHOR SE CUMPRAM OS MANDAMENTOS
A finalidade última do culto à bem-aventurada Virgem Maria é glorificar a Deus e levar os cristãos a aplicarem-se numa vida absolutamente conforme a sua vontade. [...] Ressoa para nós também como uma advertência a vivermos os mandamentos de Deus, e é como que o eco de outras admoestações do divino Salvador: «Nem todo o que me diz: `Senhor! Senhor!' entrará no reino dos céus, mas o que faz a vontade de meu Pai que está nos céus» (Mateus 7, 21) (Paulo VI, Exortação Apostólica para a reta ordenação e desenvolvimento do culto à bem-aventurada Virgem Maria — «Marialis Cultus», 39).
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