Virgem Santíssima,
Estamos a Vossos pés,
os Bispos de Portugal e esta multidão de peregrinos,
no 96.° aniversário da Vossa Aparição aos Pastorinhos,
nesta Cova da Iria,
para dar cumprimento ao desejo do Papa Francisco,
claramente expresso,
de Vos consagrar a Vós, Virgem de Fátima,
o seu Ministério de Bispo de Roma e de Pastor Universal.
Assim Vos consagramos Senhora,
Vós que sois Mãe da Igreja,
o Ministério do novo Papa:
enchei o seu coração da ternura de Deus,
que Vós experimentastes como ninguém,
para que ele possa abraçar todos os homens e mulheres deste tempo
com o amor do Vosso Filho Jesus Cristo.
A humanidade contemporânea precisa de sentir-se amada,
por Deus e pela Igreja.
Só sentindo-se amada vencerá a tentação da violência,
do materialismo, do esquecimento de Deus,
da perda do rumo que a conduzirá a um mundo novo,
onde o amor reinará.
Dai-lhe o dom do discernimento
para saber identificar os caminhos da renovação da Igreja;
dai-lhe coragem para não hesitar em seguir os caminhos sugeridos pelo Espírito Santo;
amparai-o nas horas duras de sofrimento,
a vencer, na caridade, as provações que a renovação da Igreja lhe trará.
Estai sempre a seu lado,
pronunciando com ele aquelas palavras que bem conheceis:
«Eu sou a Serva do Senhor, cumpra-se em Mim a Tua Palavra».
Os caminhos de renovação da Igreja
levam-nos a redescobrir a atualidade da Mensagem
que deixastes aos Pastorinhos:
a exigência da conversão a Deus
que tem sido tão ofendido, porque tão esquecido.
A conversão e sempre um regresso ao amor de Deus.
Deus perdoa porque nos ama.
É por isso que o Seu amor se chama misericórdia.
A Igreja, protegida pela Vossa solicitude maternal e guiada por este Pastor,
tem de se afirmar, sempre mais, como Lugar da conversão e do perdão,
porque nela a verdade exprime-se sempre na caridade.
Vós indicastes a oração como o caminho decisivo da conversão.
Ensinai a Igreja, de que Sois membro e modelo,
a ser, cada vez mais, um povo orante,
em comunhão com o Santo Padre,
o primeiro orante deste povo
e também em comunhão silenciosa com o anterior Papa,
Sua Santidade Bento XVI,
que escolheu o caminho do orante silencioso,
desafiando a Igreja para os caminhos da oração.
Na Vossa Mensagem aos Pastorinhos, aqui na Cova da Iria,
pusestes em relevo o Ministério do Papa,
«o Homem vestido de branco».
Três dos últimos Papas fizeram-se peregrinos do Vosso Santuário.
Só Vós, Senhora, no Vosso amor maternal a toda a Igreja,
podeis pôr no coração do Papa Francisco
o desejo de ser peregrino deste Santuário.
Não é algo que se lhe possa pedir por outras razões;
só a cumplicidade silenciosa entre Vós e Ele
o levará a sentir-se atraído por esta peregrinação
na certeza de que será acompanhado por milhões de crentes,
dispostos a ouvir de novo a Vossa Mensagem.
Aqui, neste Altar do mundo,
ele poderá abençoar a humanidade,
fazer sentir ao mundo de hoje
que Deus ama todos os homens e mulheres do nosso tempo,
que a Igreja os ama e que Vós, Mãe do Redentor,
os conduzis com ternura aos caminhos da salvação.
Fátima, 13 de Maio de 2013
D. José Policarpo