Pequeninos do Senhor


Não existe uma regra ou um manual que ensine como evangelizar! Cada lugar, região e país têm a sua cultura, as suas riquezas e valores, as suas deficiências e necessidades que precisam de ser considerados. O que é importante para um, pode ser insignificante para o outro!
Por isso, cada catequista, esteja onde estiver, precisa de fortalecer a sua fé e conhecer a razão do seu chamamento e da sua missão evangelizadora a partir do chão que pisa; procurar uma formação fundada nos ensinamentos de Jesus e da Igreja; e deixar-se conduzir pelo Espírito Santo de Deus que é um só e, portanto, conhece a realidade onde a fé será transmitida e acolhida.
Segundo a Encíclica sobre a validade permanente do mandato missionário — «A missão de Cristo Redentor» («Redemptoris Missio»), número 73 —, o ministério do catequista é necessário e tem características peculiares, pois são agentes especializados, testemunhas diretas, evangelizadores insubstituíveis, que representam a força de base das comunidades cristãs, e «além de serem educadores da fé, são discípulos e missionários de Jesus Cristo» (Texto de abertura do Estudo 95 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil).
Sabendo onde está e tendo consciência do seu apostolado e ministério, o catequista precisa de cativar a criança e levá-la até Jesus, apresentando-lhe um amigo que está sempre por perto. Mas como é que isso se faz? Em primeiro lugar, é preciso conhecer, acolher de modo especial para saber quem é a criança que chega e que está do outro lado, e o que ela espera da catequese.
Quando Jesus esteve fisicamente entre os humanos, Ele sabia o terreno que pisava e quem eram os seus discípulos, a realidade do povo e as suas necessidades. Ele conhecia cada um de modo particular! Assim também deve ser o catequista! Ele precisa de conhecer aquele que está a ser evangelizado: a realidade, as necessidades, as carências, os desejos e as expectativas do outro, para que o Evangelho anunciado vá de encontro aos interesses comuns, e encontre espaço para ser acolhido, entendido e vivido com coerência.
A meditação do evangelho de Lucas 24, 13-35, que narra os discípulos a caminho de Emaús, mostra Jesus a aproximar-se e a colocar-se como ouvinte para entender o que se passa no pensamento e no coração dos dois discípulos. Ao ficar com eles, Jesus dá-lhes atenção, caminha com eles e aquece-lhes o coração. Só depois, os orienta e evangeliza, e Se revela durante a ceia, ou seja, num momento de intimidade entre amigos que confiam um no outro.
No desejo ansioso de evangelizar, muitos catequistas, querendo mostrar os seus conhecimentos, esquecem-se do processo do acolhimento, do encontro, do envolver-se com o outro. No chão que pisam, devem caminhar lado a lado com o catequizando até que este os chame de amigo, e, então, nesse momento, estão a revelar-se como um reflexo da luz de Jesus e, consequentemente, estão a evangelizar!
Catequistas, não salteis etapas! Olhai para o horizonte sem deixar de ter consciência onde tendes pousados os pés!

© Rachel Abdalla — www.pequeninosdosenhor.org —
© Adaptado por Laboratório da fé, 2013

www.pequeninosdosenhor.org


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Rachel Abdalla é fundadora e presidente da Associação Católica Pequeninos do Senhor (desde 1997); membro da 'Equipa de Trabalho' do 'Ambiente Virtual de Formação' da Arquidiocese de Campinas, São Paulo (desde 2011); coordenadora da Catequese da Família da paróquia de Nossa Senhora das Dores, em Campinas, São Paulo (desde 2012); colaboradora da Agência ZENIT – O mundo visto de Roma, na coluna quinzenal de orientação catequética Pequeninos do Senhor (desde 2012). 

Outros artigos publicados no Laboratório da fé


Postado por Marcelino Paulo Ferreira | 17.5.13 | 2 comentários
2 comentários:
  1. maria lucia bigotti bastos17/05/13, 03:15

    Muito bom texto,Rachel!!!
    Olhar e entender o catequizando,acolher e depois evangelizar.
    maria Lúcia Bigotti Bastos

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    Respostas
    1. Obrigado Maria Lúcia Bigotti Bastos pelo seu comentário. De facto, a relação humana entre o catequista e o catequizando precede e favorece o anúncio do Evangelho. A amizade é o primeiro passo, que não pode ser esquecido, para a evangelização!

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