Domingo da quinta semana de Páscoa


Evangelho segundo João 13, 31-33a.34-35

Quando Judas saiu do Cenáculo, disse Jesus aos seus discípulos: «Agora foi glorificado o Filho do homem e Deus foi glorificado n’Ele. Se Deus foi glorificado n’Ele, Deus também O glorificará em Si mesmo e glorificá-l’O-á sem demora. Meus filhos, é por pouco tempo que ainda estou convosco. Dou-vos um mandamento novo: que vos ameis uns aos outros. Como Eu vos amei, amai-vos também uns aos outros. Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros».

A porta da fé abre-se com o coração

Paulo e Barnabé «convocaram a Igreja, contaram tudo o que Deus fizera com eles e como abrira aos gentios a porta da fé». Que bela expressão sobre a ação apostólica! Ao proclamar este Ano da Fé que estamos a viver o Papa Bento XVI escreveu: «A Porta da Fé [...] está sempre aberta para nós. É possível cruzar este limiar, quando a Palavra de Deus é anunciada e o coração se deixa plasmar pela graça que transforma» («A Porta da Fé», 1). No evangelho, Jesus Cristo diz que a abertura da porta da fé passa pela abertura dos corações: «Dou-vos um mandamento novo: que vos ameis uns aos outros. Como Eu vos amei, amai-vos também uns aos outros». 

O essencial do cristão: amar

O mandamento do amor continua tão novo! Se calhar ainda está por estrear! Não se trata apenas de uma coisa muito importante; é o essencial. Sem amor, não há cristão, não há vida cristã. 
A pergunta que temos de fazer hoje é esta: O mandamento do amor apresentado por Jesus Cristo inspira a tua [minha] maneira de viver? Não pode ser um amor teórico. O amor é uma atitude concreta vivida na relação com os outros. A última frase de Jesus Cristo reforça a importância essencial do amor: «Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros». Quando não amamos, não somos discípulos de Jesus Cristo! Não somos cristãos.
Talvez tenhamos insistido demasiado no acessório: normas para cumprir; doutrinas para acreditar; rituais para celebrar. E esquecemos o que é para viver como essencial: o amor. 
Há ainda outro perigo: apresentar o amor como um preceito, uma norma. E volta a não resultar. 
O importante é aprender a descobrir a importância do amor. Enquanto não fizer esta descoberta, nunca percebei a grandeza e a beleza deste mandamento novo dado por Jesus Cristo. Se não dou este passo, será sempre uma norma sem consequências na minha vida. Até posso apreciar as palavras de Jesus Cristo; mas não influenciarão a minha maneira de viver. 

A novidade de Jesus Cristo

Jesus Cristo não propõe uma norma, uma lei; propõe uma resposta pessoal ao Amor que é o próprio Deus. Trata-se de descobrir em nós o dom incondicional de Deus, que através de nós tem de chegar a todos. Jesus Cristo não propõe um princípio teórico; e depois pede para que todos o cumpram. Jesus Cristo começa por viver o amor de depois diz: Imitai-me, fazei como eu! 
«Dou-vos um mandamento novo: que vos ameis uns aos outros. Como Eu vos amei, amai-vos também uns aos outros». «Como eu vos amei» não é só uma comparação. É a origem do amor. Isto quer dizer que amamos porque Jesus Cristo nos ama; e amamos da mesma forma. Esta é também a novidade. De facto, o amor já existia nas normas judaicas, na Lei. Também a filosofia fala do amor e da filantropia. A novidade de Jesus está na forma de amar. 
A nova comunidade formada por Jesus Cristo não se pode ser conhecida pelas doutrinas ou pelos rituais. O único distintivo cristão tem de ser o amor, o amor manifestado em todas e em cada uma das nossas ações. A base e o fundamento da comunidade cristã é a vivência do amor. 
«A fé cresce quando é vivida como experiência de um amor recebido e é comunicada como experiência de graça e de alegria» («A Porta da Fé», 7). 
Vivamos a fé com amor e alegria!

© Laboratório da fé, 2013

João 20, 20 - www.laboratoriodafe.net
Postado por Marcelino Paulo Ferreira | 28.4.13 | Sem comentários
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