Manso e humilde de coração ~ Laboratório da fé

Santa Cataria de Sena, 29 de abril

Evangelho segundo Mateus 11, 25-30

Naquele tempo, Jesus exclamou:«Eu Te bendigo, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas verdades aos sábios e inteligentes e as revelaste aos pequeninos. Sim, Pai, Eu Te bendigo, porque assim foi do teu agrado. Tudo Me foi dado por meu Pai. Ninguém conhece o Filho senão o Pai e ninguém conhece o Pai senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar. Vinde a Mim, todos os que andais cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de Mim, que sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave e a minha carga é leve».

Aprendei de Mim, que sou manso e humilde de coração

O coração é o principal aliado de uma vida saudável. Hoje, são cada vez mais frequentes as doenças cardiovasculares devido à má alimentação e à falta de exercício físico.

Ora, o mesmo acontece na vida cristã. Esta também se mantém saudável através de uma boa alimentação e com exercício físico frequente, como temos sido alertados ao longo deste tempo de Páscoa. A completar estas indicações, Jesus Cristo, o nosso «médico de família» aconselha-nos a seguir o seu exemplo: «Aprendei de Mim, que sou manso e humilde de coração». Humildade e mansidão são dois suplementos energéticos essenciais para quem pretende ter uma vida ressuscitada saudável.

Catarina de Sena, cuja festa se celebra neste dia 29 de abril (data do seu falecimento), procurou desde tenra idade ter uma vida cristã saudável. A sua santidade foi amadurecida na união profunda com Deus através do serviço aos mais pobres e doentes. Ela mostra-nos que uma vida ressuscitada consiste em manter o coração sempre ritmado pelo amor a Deus e o amor ao próximo (Martín Gelabert Ballester, Meter-se na política como Santa Catarina de Sena).

Na abertura do Sínodo dos Bispos para a Europa, no dia 1 de outubro de 1999, João Paulo II proclamou Santa Catarina de Sena como Padroeira da Europa: «Tenho a alegria de proclamar três novas co-Padroeiras do continente europeu. Elas são: Santa Edith Stein, Santa Brígida da Suécia e Santa Catarina de Sena. [...] Humilde e impávida terciária dominicana,Catarina levou a paz à sua Sena, à Itália e à Europa de Trezentos, e prodigalizou-se em benefício da Igreja sem poupar energias, conseguindo obter o regresso do Papa de Avinhão a Roma» (Homilia do Papa João Paulo II, na Missa de abertura da II Assembleia especial do Sínodo dos Bispos para a Europa).

O Papa Pio II, a 29 de Junho de 1461, elevou-a às honras dos altares e Paulo VI, a 4 de Outubro de 1970, proclamou-a Doutora da Igreja: «As suas Cartassão centelhas de um fogo misterioso, aceso no seu ardente coração pelo Amor Infinito, que é o Espírito Santo» (Homilia do Papa Paulo VI, na proclamação de Santa Catarina de Sena como Doutora da Igreja).

Catarina Benincasa nasceu na aldeia de Fontebranda (Sena, Itália), a 25 de Março de 1347, filha de um casal, Giácomo Benincasa e de Mona Lapa, que tiveram 25 filhos. Aos 16 anos entrou para a Ordem Terceira de S. Domingos. «Aos 20 anos, o Senhor ordenou-lhe se dedicasse ao apostolado e daí em diante levasse uma vida mais activa, sem afrouxar a sua intensa vida de oração. Desde então multiplica as suas obras de caridade. Socorre os pobres, cuida dos doentes» (Província Portuguesa da Ordem de S. Domingos).

Bento XVI, no dia 24 de novembro de 2010, dedicou a Catarina de Sena uma Audiência Geral, onde afirmou: «Como a Santa de Sena, cada fiel sente a necessidade de se uniformizar com os sentimentos do Coração de Cristo para amar a Deus e ao próximo como o próprio Cristo ama. E todos nós podemos deixar-nos transformar o coração e aprender a amar como Cristo, numa familiaridade com Ele alimentada pela oração, pela meditação sobre a Palavra de Deus e pelos Sacramentos, principalmente recebendo de maneira frequente e com devoção a Sagrada Comunhão».