— A leitura no laboratório da fé —
«Quem foi, quem é Jesus Cristo?». Coordenação: Anselmo Borges. Ed. Gradiva, Lisboa 2012, 309 págs.
— Quem foi, quem é Jesus Cristo?
Tanto o seu coordenador, o pe. Anselmo Borges (membro da Sociedade Missionária da Boa-Nova e professor de filosofia na Universidade de Coimbra), como um dos autores (Xabier Pikaza, professor jubilado da Universidade Pontifícia de Salamanca) estarão em Braga no próximo dia 21 de Novembro, pelas 21 horas, na Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva para um debate sobre a figura de Jesus de Nazaré (organização da Fundação Bracara Augusta: a entrada é livre, estamos todos convidados!)
O livro nasceu de um Colóquio realizado no Seminário da Boa-Nova em Vila Nova de Gaia, em Novembro de 2011, com o mesmo título, e reúne as conferência ali proferidas por uma série de teólogos, políticos e professores sobre a pessoa, missão e projecto de Jesus de Nazaré. Apesar (e precisamente!) de se tratarem de teólogos cristãos, ou seja, de viverem uma experiência de fé e missão em Igreja, o seu objectivo passa por estudar a pessoa de Jesus de Nazaré a partir dos dados históricos disponíveis, no confronto com as diversas fontes e na resposta às múltiplas perguntas que a história de Jesus continua a suscitar (poucos meses depois do Colóquio sairia o livro «O Último Segredo» de José Rodrigues dos Santos que, pelo número de exemplares vendidos, certamente será sido procurado também por muitos católicos - o que prova, talvez, a necessidade que temos de formação sobre Aquele que é o centro da nossa Fé).
O livro nasceu de um Colóquio realizado no Seminário da Boa-Nova em Vila Nova de Gaia, em Novembro de 2011, com o mesmo título, e reúne as conferência ali proferidas por uma série de teólogos, políticos e professores sobre a pessoa, missão e projecto de Jesus de Nazaré. Apesar (e precisamente!) de se tratarem de teólogos cristãos, ou seja, de viverem uma experiência de fé e missão em Igreja, o seu objectivo passa por estudar a pessoa de Jesus de Nazaré a partir dos dados históricos disponíveis, no confronto com as diversas fontes e na resposta às múltiplas perguntas que a história de Jesus continua a suscitar (poucos meses depois do Colóquio sairia o livro «O Último Segredo» de José Rodrigues dos Santos que, pelo número de exemplares vendidos, certamente será sido procurado também por muitos católicos - o que prova, talvez, a necessidade que temos de formação sobre Aquele que é o centro da nossa Fé).
É significativo o comentário que o pe. Carreira das Neves deixou do livro: «Li esta obra de maneira aturada e agradecida. No fim, suspirando, disse para mim mesmo: ainda tenho muito que aprender! Realmente, tenho passado grande parte da minha vida, como teólogo e exegeta da Bíblia, a estudar a pessoa de Jesus: o Jesus da história, da fé, da Igreja, dos gnósticos, de católicos, ortodoxos, protestantes, evangélicos e não crentes. Mas o Jesus ‘real’ – aquele que interessa – está para além de tudo quanto se possa dizer: pertence ao mistério da vida. E é esta vida, para além de todos os dogmas e ritos eclesiais que procuram acomodar Jesus numa prateleira bem arrumada, que os autores deste livro nos apresentam. Sem dúvida, um livro que vai ter um grande sucesso e dar que falar».
Deixo o índice e um excerto da obra, e fica a recomendação para todos os que desejam e procurar fundamentar melhor o seu conhecimento e compreensão da Pessoa de Jesus de Nazaré, do seu Projecto, da sua História.
«Quem foi, quem é Jesus Cristo?». Coordenação: Anselmo Borges. Ed. Gradiva, Lisboa 2012, 309 págs.
Índice: I. «De Jesus a Jesus Cristo» (Anselmo Borges) | II. «Uma biografia impossível de Jesus» (Xabier Pikaza) | III. «Jesus e a Gnose» (Antonio Piñero) | IV. «Jesus e Deus» (Juan A. Estrada) | V. «Jesus e o Dinheiro» (José Ignacio G. Faus) | VI. «Jesus e a Política: reflexões de um mau samaritano» (Paulo Rangel) | VII. «Jesus e as Mulheres» (Isabel A. Magalhães) | VIII. «Jesus e as Religiões» (Juan J. Tamayo-Acosta) | IX. «Jesus e a Igreja» (José M. Castillo) | X. «A Ressurreição. Que quer dizer: ‘ressuscitar dos mortos’?» (Andrés T. Queiruga)
«Jesus Cristo está na base da maior religião: mais de dois mil milhões de seres humanos espalhados pelo mundo reclamam-se hoje da fé nele e dizem-se cristãos. A sua figura foi de tal modo determinante que a História se dividiu em antes e depois de Cristo. Ninguém tem dúvidas de que, sem ele, a História seria diferente. No entanto, viveu num recanto do Império Romano e a sua intervenção pública pode não ter chegado a dois anos. Morreu como blasfemo religioso e subversivo social e político. Uma coligação de interesses religiosos e políticos de Jerusalém e Roma condenou-o à morte e morte de cruz, própria dos escravos.
Com essa morte ignominiosa, deveria ter sido o fim. O que se passou, para que, pouco tempo depois, tivesse começado em seu nome um movimento que transformou o mundo e que chegou até nós? Após a dispersão, os discípulos voltara a reunir-se, afirmando que ele está vivo em Deus. Foram testemunhas disso até à morte. Sem a convicção de fé dos discípulos de que ele está vivo e é o Vivente em Deus, não haveria cristianismo. Só assim se entende a passagem do Jesus da história ao Cristo da fé, de tal modo que o seu nome agora é Jesus Cristo, em quem se acredita como o Cristo, o Messias e Filho de Deus.
Para os crentes, se Jesus não fosse o Cristo, não passava de mais um combatente bom e generoso pela Humanidade, e um revolucionário crucificado. Há porém, um outro perigo, mais subtil: o de se ficar apenas com o Cristo Senhor glorificado, esquecendo o Jesus histórico de Nazaré, e o que ele queria e o que ele disse e fez, numa mensagem e comportamento que o levaram à Cruz. (...) Quem foi Jesus Cristo? Quem é Jesus Cristo? O Jesus de Nazaré, que os cristãos confessam como o Cristo, Jesus Cristo?» (Anselmo Borges).
Rui Pedro Vasconcelos
Livraria Fundamentos — www.fundamentos.pt —