— A leitura no laboratório da fé — 

Nem quero crer: pode explicar-se a fé?
A livraria Fundamentos vai colaborar nesta página com sugestões de leitura para o Ano da Fé. Para hoje, «Nem Quero Crer: pode explicar-se a Fé?», cujo um dos autores, pe. Vasco Pinto de Magalhães sj, estará no próximo dia oito de novembro em Braga, às 19 horas no CAB e às 21 horas no Auditório Vita.





O livro surgiu pela primeira vez em 2002 a partir de uma conjunto de conversas aos microfones da Rádio Renascença entre o jornalista Henrique Manuel Pereira e o padre Vasco Pinto de Magalhães, num programa intitulado «Conversas com Princípio, Meio e Fim». 
O obectivo do livro é assim descrito pelo pe. Vasco Pinto:
«Pode explicar-se a fé? Pode explicar-se o amor? Pode e deve. Uma fé, um amor, que não se explica, complica. Uma fé e um amor que não se desdobram, que não se traduzem por palavras e gestos que se entendam e revelem o significado da relação em que se acredita e a façam crescer, para que serviria?
É verdade que a fé de cada um não explica a sua relação com Deus. Revela, sim, o que essa relação significa. E ao falar-se da própria fé, é bom que o outro que nos ouve possa dizer «faz sentido», mesmo que pense que não acredita. É difícil falar da fé. Ela pode estar prisioneira de linguagens que «já não dizem nada». Além disso para ouvir e entender há que deixar de lado defesas e preconceitos.
«Nem quero crer» pretende duas coisas: ajudar os cristãos a explicar-se melhor; e os não cristãos a entender em que é que eles acreditam».

Deste modo, o livro segue um caminho através de quatro etapas e 16 passos:
I. Em que Cremos? 1. Creio em Deus-Pai | 2. Creio em Jesus Cristo | 3. Creio no Espírito Santo | 4. Creio a Igreja

II. O que Queremos? 5. Primeiro Mandamento | 6. Segundo e Terceiro Mandamentos | 7. Quarto e Quinto Mandamentos | 8. Sexto e Nono Mandamentos | 9. Sétimo, Oitavo e Décimo Mandamentos

III. Como Rezamos? 10. Pai-Nosso que estais no Céu | 11. Dai-nos o Pão de cada dia | 12. Avé-Maria, cheia de Graça | 13. Santa Maria, Mãe de Deus

IV. Para que Vivemos? 14. Exame de Consciência | 15. A Vontade de Deus | 16. O Desafio da Santidade

Trata-se verdadeiramente de um livro de perguntas e respostas mas, ao contrário dos antigos catecismos, não encerra o mistério de Deus, de Jesus ou do Cristianismo em fórmulas fechadas; pelo contrário, os autores esforçam-se por «abrir» as fórmulas que ouvimos e repetimos vezes sem conta, para as traduzir numa linguagem atual que todos, crentes e não crentes, possam entender. Ficamos com mais um excerto da obra, do capítulo «Creio a Igreja»; porque ler um livro, escutar o que um (ou, neste caso, dois) autores nos pretendem partilhar, é mais um passo para abrirmos e crescermos no nosso caminho de fé.

«Henrique Manuel: A própria etimologia da palavra Igreja - ecclésia - que vem do verbo 'cléo' (do grego), isto é, 'chamar', e significa...
Vasco P. Magalhães: ... 'o conjunto das pessoas chamadas', convocadas. E aqueles que se sentem chamados a aderir a essa realidade comum, formam uma comunidade. E a Igreja nasce como uma comunidade, um conjunto de pessoas tocadas por dentro, para se reunirem em torno de Alguém e em ordem a uma missão que as interpela. É importante perceber o que as tocou... e porque se sentiram interpeladas e chamadas a uma tal missão...
Henrique Manuel: Vamos então à génese. Há alguma relação entre Igreja e Ressurreição?
Vasco Pinto Magalhães: Toda! A Igreja nasce da convicção de que Cristo está vivo, para além da morte; e de que deixou e lançou um mandato que se foi manifestando, quer ao longo da sua vida terrena, quer, depois dela, através das experiências místicas das aparições: 'Ide por todo o mundo e batizai', isto é, 'evangelizai, anunciai que Eu estou vivo... e constituí à vossa roda um mundo novo, um reino de esperança'. E a mensagem inclui ainda: 'não vos abandono, não tenhais medo, porque estando Eu vivo e presente de outra maneira, como Ressuscitado, dou-vos a fonte da vossa paz e confiança!' Então, um conjunto de pessoas que já tinha feito a experiência de Cristo antes da sua morte física, antes da Cruz, adquire, depois, essa experiência de Graça, sobretudo no Pentecostes.»

Vasco P. Magalhães, Henrique M. Pereira, «Nem Quero Crer: pode explicar-se a Fé?», ed. Tenacitas, 3.ª edição, Coimbra 2006, 303 págs.

Rui Pedro Vasconcelos
Livraria Fundamentos | www.fundamentos.pt


Postado por Marcelino Paulo Ferreira | 24.10.12 | Sem comentários
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