VOU FAZER DE TI A LUZ DAS NAÇÕES


A segunda parte do Tempo Comum começa na segunda-feira a seguir ao Pentecostes (último dia de Páscoa) e prolonga-se até ao sábado da trigésima quarta semana (dia anterior ao primeiro domingo de Advento). Contudo, o ritmo dominical é «perturbado» pelas solenidades da Santíssima Trindade, Corpo e Sangue de Cristo e, neste ano, São Pedro e São Paulo. Desta forma, apesar de, no ritmo ferial, já se estar a viver o Tempo Comum, a verdade é que a celebração contínua do domingo só é retomada com a liturgia do décimo quarto domingo (primeiro domingo de julho). Entretanto, a nossa caminhada será alterada com um novo ano pastoral (dedicado à fé vivida) a partir do primeiro domingo de outubro (vigésimo sétimo domingo). É, agora, o momento para retomar a proposta do «Laboratório da fé» apresentada na primeira parte do Tempo Comum: «Vou fazer de ti luz a luz das nações»!

Tempo Comum: vou fazer de ti a luz das nações!

Uma palavra luminosa com um envio missionário: «Vou fazer de ti a luz das nações, para que a minha salvação chegue até aos confins da terra». Deixemo-la ecoar dentro de nós e não hesitemos em «mastigá-la» para a saborear e para nos deixarmos alimentar por ela. Esta é a nossa missão! O momento presente é uma extraordinária oportunidade para ser «luz das nações», para ser um ponto de luz a apontar a salvação que Deus nos oferece através de Jesus Cristo. «O grande problema surge quando a luz (cristãos) se recusa iluminar em casa, no local de trabalho ou nos momentos de lazer. O problema surge quando queremos esconder a luz que já está em nós (isso é insanidade e acabará por queimar-nos), ou quando aceitamos iluminar mas de uma forma tímida. A Luz deve iluminar ousadamente! Essa é a identidade do cristão» (Cláudia NG Deep, «Sal e luz. Viver em assertividade», Paulus Editora, Lisboa 2010, 20).
Um dos obstáculos ao desafio a ser «luz das nações» é a rotina, o hábito. Mas é o que fazemos por rotina, por hábito, que configura o nosso caráter, a nossa identidade. Aquilo em que realmente acreditamos, que habita o nosso coração, é o que fazemos em cada dia. É o que realizamos dia a dia, o nosso modo de agir quotidiano, que nos faz simpáticos, afáveis, amigos, coerentes, cristãos. Não tenhamos dúvida: é a nossa rotina, os nossos hábitos, que definem o nosso ser. Por isso, este tempo que nos é dado viver não tem nada de «comum»: é também um «tempo forte» para continuar a olhar o mundo com os olhos de Jesus Cristo; é um tempo para deixar que as propostas da Páscoa se tornem ainda mais claras.
«A fé nasce do encontro com o amor gerador de Deus que mostra o sentido e a bondade da nossa vida; esta é iluminada na medida em que entra no dinamismo aberto por este amor, isto é, enquanto se torna caminho e exercício para a plenitude do amor. A luz da fé é capaz de valorizar a riqueza das relações humanas, a sua capacidade de perdurarem, serem fiáveis, enriquecerem a vida comum» (Francisco, Carta Encíclica sobre a fé — «A luz da fé» — LF], 51). Completamos o itinerário com as reflexões apresentadas no segundo e quarto capítulos da Carta Encíclica sobre a fé. Assim, concluímos a leitura do referido documento conscientes de que «como luz que é, a fé convida-nos a penetrar nela, a explorar sempre mais o horizonte que ilumina, para conhecer melhor o que amamos» (LF 36).

Laboratório da Fé celebrada

«O Ano Litúrgico constitui o alimento principal e a melhor pedagogia para crescer na incorporação em Cristo» (Programa Pastoral da Arquidiocese de Braga). Domingo após domingo, luz após luz, respondemos ao convite que o Senhor Jesus Cristo nos faz para estar com ele e com as irmãs e os irmãos que celebram a mesma fé. «Além disso, como boa parte deste tempo coincide com o verão, pode acontecer que este encontro dominical o façamos com gente de outros lugares, porque vamos de férias ou porque, onde vivemos, chegam turistas e veraneantes, e isto faz-nos experimentar que esta convocatória abarca gente muito diversa, crente como nós» (Josep Lligadas, «Celebrar o Ano Litúrgico», Paulinas, Lisboa 2001, 51). Por outro lado, esta época assume condições propícias para potenciar o tempo de oração, de encontro com Deus: «Tomar consciência da presença de Deus que nos habita, descobrir a sua ação em nós» (Programa Pastoral).

© Laboratório da fé, 2014

Vou fazer de ti a luz das nações

Postado por Marcelino Paulo Ferreira | 30.6.14 | Sem comentários
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