Texto de reflexão para o oitavo domingo de páscoa – pentecostes
28. O domingo poderia chamar-se também, com referência ao Espírito Santo, dia do «fogo». A luz de Cristo, de facto, liga-se intimamente com o «fogo» do Espírito, e ambas as imagens indicam o sentido do domingo cristão. Mostrando-Se aos Apóstolos no entardecer do dia de Páscoa, Jesus soprou sobre eles e disse: «Recebei o Espírito Santo. Àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhe-ão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos». A efusão do Espírito foi o grande dom do Ressuscitado aos seus discípulos no domingo de Páscoa. Era também domingo, quando, cinquenta dias após a ressurreição, o Espírito desceu como «vento impetuoso» e «fogo» sobre os Apóstolos reunidos com Maria. O Pentecostes não é só um acontecimento das origens, mas um mistério que anima perenemente a Igreja. Se tal acontecimento tem o seu tempo litúrgico forte na celebração anual com que se encerra o «grande domingo», ele permanece também inscrito, precisamente pela sua íntima ligação com o mistério pascal, no sentido profundo de cada domingo. A «Páscoa da semana» torna-se assim, de certa forma, «Pentecostes da semana», no qual os cristãos revivem a experiência feliz do encontro dos Apóstolos com o Ressuscitado, deixando-se vivificar pelo sopro do seu Espírito.