A LUZ DA FÉ
A revista «Catequistas», no número 91 (setembro de 2013), apresentou um dossier, da autoria do padre Rui Alberto, sobre a Carta Encíclica do papa Francisco sobre a fé — «Lumen Fidei». Em conformidade com a temática para o tempo de Páscoa proposta pelo «Laboratório da fé» reproduzimos o resumo do terceiro capítulo do referido documento sobre a fé (números 37 a 49).
Todo o terceiro capítulo anda à volta da importância da evangelização. Quem encontrou e acolheu o amor de Deus, não pode guardar só para si este dom. A luz de Jesus brilha no rosto dos cristãos e assim se espalha. É como uma vela que acende outra vela. Como um testemunho que passa de geração em geração. Mas não há aqui o perigo de «quem conta um conto, acrescenta um ponto»? Estando nós hoje tão distantes do tempo de Jesus, não há o risco que a nossa fé seja a fé dos nossos pais e não a fé pura das origens com Jesus? Não, porque há uma forte ligação entre fá e memória: o amor de Deus mantém unidos todos os tempos e torna-nos contemporâneos de Jesus.
O Papa chama a atenção para algo que deveria ser «óbvio» (mas que anda meio esquecido): é impossível acreditar sozinhos porque a fé nunca é só uma opção individual. Ela abre-nos do «eu» ao «nós» e acontece sempre «dentro da comunhão da Igreja» (39).
A partir do número 40 o Papa põe em evidência a relação da fé com os outros pilares da vida cristã: os sacramentos (40-45), a oração (46) e os mandamentos (46). Os sacramentos são a ocasião em que Deus Se comunica connosco numa memória encarnada. O Papa cita sobretudo o Batismo para nos recordar que a fé não é obra de uma pessoa isolada, um ato que se possa fazer isolado, mas que deve ser vivido na comunhão eclesial. A seguir, a «Lumen Fidei» aborda a Eucaristia, «alimento precioso da fé» (44), «ato de memória, atualização do mistério» e que «conduz do mundo visível ao invisível» ensinando-nos a ver a profundidade do real.
Este capítulo termina com uma secção sobre a unidade e integridade da fé. Hoje vivemos em tempos em que «cada um come do que gosta». A ideia que haja uma só fé parece estranha. Mas esta unidade da fé é essencial contra a mentalidade segundo a qual cada um inventaria uma fé à sua medida. Esta fé é una porque se dirige ao único Deus revelado no único Jesus Cristo. É fé partilhada por toda a Igreja que vive em comunhão. Esta unidade da fé assegura a unidade vivida na Igreja. A fé daquele que sabe muitas palavras ou que leu muitos livros não é outra ou melhor do que a fé daquele que tem menos erudição.
Refletir...
- Toma consciência dos processos e pessoas que acenderam em ti a luz da fé. Como é que conseguiste, através dessas mediações humanas, ligar-te à experiência fundante de Cristo?
- Talvez já tenhas ouvido a expressão «Eu cá tenho a minha fé»... Como ajudar essas pessoas a descobrir que a fé verdadeira é sempre uma fé eclesial?
- Observando as práticas habituais, quais dos sacramentos mais propiciam um crescimento na fé? Quais as dificuldades a superar?
A luz da fé [Carta Encíclica sobre a fé - «Lumen Fidei»]
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© Laboratório da fé, 2014- A luz da fé — números publicados no Laboratório da fé > > >
Temática pascal proposta pelo «Laboratório da fé»
- Primeiro domingo de Páscoa — números 37-38
- Segundo domingo de Páscoa — número 39
- Terceiro domingo de Páscoa— número 40
- Quarto domingo de Páscoa — números 41-43
- Quinto domingo de Páscoa — número 44
- Sexto domingo de Páscoa — número 45
- Sétimo domingo de Páscoa (Ascensão) — número 46
- Oitavo domingo de Páscoa (Pentecostes) — números 47-49