PREPARAR O DOMINGO SEGUNDO DE PÁSCOA
27 DE ABRIL DE 2014
Atos dos Apóstolos 2, 42-47
Os irmãos eram assíduos ao ensino dos Apóstolos, à comunhão fraterna, à fração do pão e às orações. Perante os inumeráveis prodígios e milagres realizados pelos Apóstolos, toda a gente se enchia de temor. Todos os que haviam abraçado a fé viviam unidos e tinham tudo em comum. Vendiam propriedades e bens e distribuíam o dinheiro por todos, conforme as necessidades de cada um. Todos os dias frequentavam o templo, como se tivessem uma só alma, e partiam o pão em suas casas; tomavam o alimento com alegria e simplicidade de coração, louvando a Deus e gozando da simpatia de todo o povo. E o Senhor aumentava todos os dias o número dos que deviam salvar-se.
Viviam unidos e tinham tudo em comum
Este fragmento do livro dos Atos dos Apóstolos é um sumário da vida da jovem Igreja. O ênfase está colocado na Eucaristia: duas vezes repete a expressão «fração do pão», «partiam o pão». As atividades fundamentais da vida da nova Igreja, além do pão partido, são o ensino dos apóstolos e as orações que a comunidade oferecia a Deus.
Assinala que o culto dos primeiros momentos era oferecido no templo: com isto, reafirmavam o sentido de viver em continuidade com o marco da fé de Israel, que celebrava a história salvífica que se tinha desdobrado ao longo dos séculos; e, além disso, em casa, ofereciam louvores a Deus e celebravam a Eucaristia. É um culto de ação de graças e de alegria. A comunidade cristã das origens aceitou a história antiga, mas também abraçou a novidade absoluta que Deus tinha revelado em Jesus Messias. A vida transformada que aceitaram expressa-se na adoração e nas boas relações com os vizinhos.
O sentido de «respeito» — que é o temor ou a veneração do Senhor — chega à vida dos crentes. Trata-se da apreciação da capacidade que Deus tem para mudar a vida humana por caminhos decisivos. Os «prodígios e milagres» são para recordar o sentido imediato do poder transformador da vida realizado pelo Espírito de Deus, que era possuído pelos primeiros cristãos.
A vida e os bens em comum, por fim, não acabaram por prosperar (recordemos a história de Ananias e Sagira, no capítulo quinto dos Atos dos Apóstolos), mas o excesso do amor de Deus que experienciavam, levava-os a expressar, nos bens partilhados, o afeto que tinham como dom do Espírito.
© Joan Ferrer, Misa dominical