QUARESMA DE FÉ — TERÇA-FEIRA DA SEGUNDA SEMANA
Isaías 1, 10.16-20
Escutai a palavra do Senhor, chefes de Sodoma; dai ouvidos à lei do nosso Deus, povo de Gomorra: «Lavai-vos, purificai-vos, afastai dos meus olhos a malícia das vossas acções, deixai de praticar o mal e aprendei a fazer o bem. Respeitai o direito, protegei o oprimido, fazei justiça ao órfão, defendei a causa da viúva. Vinde então para discutirmos as nossas razões, – diz o Senhor. Ainda que os vossos pecados sejam como o escarlate, ficarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como a púrpura, ficarão brancos como a lã. Se fordes dóceis e obedientes, comereis os bens da terra. Mas se recusardes e fordes rebeldes, sereis devorados pela espada». Assim falou a boca do Senhor.
Respeitai o direito, protegei o oprimido,
fazer justiça ao órfão, defendei a causa da viúva
Um texto clássico da denúncia social de Isaías. Começa por chamar Sodoma e Gomorra aos habitantes e dirigentes de Jerusalém. É uma acusação muito dura. Sodoma e Gomorra pereceram por causa das suas abominações. Comparar Jerusalém com elas era claramente «blasfemo».
Mas, o profeta, para fazer a sua denúncia, não se fixa no externo: no culto, nos sacrifícios e holocaustos. Os versículos 9 a 15 (que não fazem parte da leitura bíblica proposta para terça-feira da segunda semana da Quaresma) são um profético «basta!» a um culto exuberante, mas vazio de justiça e de direito.
Em vez desse culto vazio, o profeta pede conversão/ purificação interior e uma mudança radical de comportamento. De novo, nesse comportamento renovado, o tratamento que se dá ao outro é fundamental: «protegei o oprimido, fazei justiça ao órfão, defendei a causa da viúva». Em Israel, órfãos e viúvas eram expressão de todo o tipo de pobreza.
Quando esta conversão acontecer, poderá haver um perdão radical. O profeta expressa-o com imagens retiradas das cores: o escarlate converte-se no branco da neve; a púrpura no branco da lã. O perdão de Deus, vemo-lo de novo, re-faz, re-cria. Não se limita a tapar a sujidade; limpa-a.
© tradução e adaptação de Laboratório da fé, 2014Mas, o profeta, para fazer a sua denúncia, não se fixa no externo: no culto, nos sacrifícios e holocaustos. Os versículos 9 a 15 (que não fazem parte da leitura bíblica proposta para terça-feira da segunda semana da Quaresma) são um profético «basta!» a um culto exuberante, mas vazio de justiça e de direito.
Em vez desse culto vazio, o profeta pede conversão/ purificação interior e uma mudança radical de comportamento. De novo, nesse comportamento renovado, o tratamento que se dá ao outro é fundamental: «protegei o oprimido, fazei justiça ao órfão, defendei a causa da viúva». Em Israel, órfãos e viúvas eram expressão de todo o tipo de pobreza.
Quando esta conversão acontecer, poderá haver um perdão radical. O profeta expressa-o com imagens retiradas das cores: o escarlate converte-se no branco da neve; a púrpura no branco da lã. O perdão de Deus, vemo-lo de novo, re-faz, re-cria. Não se limita a tapar a sujidade; limpa-a.
Sinais para o caminho de fé
- A fé não consiste simplesmente em atos e manifestações externas de culto. Há que tê-lo muito claro, porque muitas vezes confundimo-nos e confundimos as pessoas.
- A fé bíblica, sobretudo nos profetas, tem uma forte componente de compromisso social. A ofensa à dignidade dos homens e mulheres, sobretudo pobres, é considerada como uma ofensa feita diretamente a Deus.
- Só se houver conversão, pode haver perdão. E, quando há conversão, o perdão de Deus é tão fundo que toca a própria raiz dos males. Mais ainda: produz uma verdadeira mudança de raízes. É claro, sempre que o pecador «não fique pela rama».
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