MENSAGEM DO PAPA FRANCISCO PARA O DIA MUNDIAL DA PAZ
Resumo do número 6
Um ponto importante brota da reflexão sobre as origens da crise económica que domina o mundo atual. Apesar dos alertas lançados ao longo dos tempos — disso são testemunha as palavras de João Paulo II (em 1979): o «perigo de que, enquanto progride enormemente o domínio do ser humano sobre o mundo das coisas, ele perca os fios essenciais deste seu domínio e, de diversas maneiras, submeta a elas a sua humanidade, e ele próprio se torne objeto de multiforme manipulação, se bem que muitas vezes não diretamente percetível» —, a verdade é que muitas pessoas procuraram e continuam a procurar «o bem-estar, a felicidade e a segurança no consumo e no lucro fora de toda a lógica duma economia saudável». Por isso, é preciso despertar para «a redescoberta da fraternidade na economia». Até porque a origem das crises está profundamente relacionada com o «progressivo afastamento do ser humano de Deus e do próximo, com a ambição desmedida de bens materiais, por um lado, e o empobrecimento das relações interpessoais e comunitárias, por outro». O caminho para uma solução eficaz passa pelo repensar dos «modelos de desenvolvimento económico», pela mudança dos «estilos de vida», pela recuperação das «virtudes da prudência, temperança, justiça e fortaleza». Estas podem ajudar a «redescobrir os laços fraternos» para além da «maximização do próprio lucro individual», ajudando assim a «construir e manter uma sociedade à medida da dignidade humana».
© Laboratório da fé, 2014