Mistério da fé! [10]


O Batismo associa a si aspetos que devem ser tidos em conta, na preparação, na celebração e até depois da celebração. Quem, como, quando e onde — são questões que sintetizam alguns desses pontos. [Para ajudar a compreender melhor, ler: Atos dos Apóstolos 2, 14-41; Catecismo da Igreja Católica, números 1229 a 1233 e 1246 a 1261]

«Peça cada um o batismo»

— responde Pedro à pergunta feita pelos que ouviram o seu discurso após a ressurreição de Jesus Cristo, de acordo com o livro dos Atos dos Apóstolos. Ninguém fica indiferente diante da revelação de Cristo ressuscitado. E os que escutam fazem a pergunta que será usada pelos catecúmenos durante o rito de admissão ao batismo: «Que devemos fazer?». Pedro apresenta-lhes um programa de conversão que encaminha para a celebração do batismo e a inserção na comunidade dos cristãos.

Quem pode ser batizado?

«Todo o ser humano ainda não batizado — e só ele — é capaz de receber o Batismo» (Catecismo da Igreja Católica [CIC], 1246). Para concretizar esta afirmação, a Igreja prevê três possibilidades, de acordo com a idade: crianças (nos primeiros anos de vida); crianças e adolescentes em idade de catequese; jovens e adultos. «A única predisposição para o Batismo é a fé» (Catecismo Jovem da Igreja Católica [YOUCAT], 196). Aos jovens e adultos é proposto um itinerário («catecumenado» – cf. tema 7) com etapas celebrativas ao longo do percurso, conforme o Ritual da Iniciação Cristã dos Adultos (RICA). Este ritual também possui o capítulo próprio para as crianças em idade de catequese (Ritual da Iniciação Cristã das Crianças em idade de catequese): «Este rito destina-se às crianças que, não tendo sido batizadas na infância e tendo atingido a idade da discrição e da catequese, se apresentam para receber a iniciação cristã [...]. A iniciação deve prolongar-se, se for necessário, por vários anos» (RICA. Preliminares, 306-307). Para as crianças «que, por não terem chegado ainda à idade do uso da razão, não podem professar fé própria» existe um ritual próprio (Ritual do Batismo das Crianças. Preliminares, 1). A celebração do batismo das crianças «pressupõe que os pais cristãos introduzam o batizando na fé» (YOUCAT 197). Além disso, «o Batismo das crianças exige um catecumenado pós-batismal. [...] É o espaço próprio da catequese» (CIC 1231). Em todos os casos, é essa a missão dos padrinhos: «devem ser pessoas de fé sólida, capazes e preparados para ajudar o novo batizado, criança ou adulto, no seu caminho de vida cristã» (CIC 1255).

Quem pode batizar?

«Quem preside normalmente a uma celebração batismal é o bispo, um presbítero ou um diácono. Em caso de emergência, qualquer cristão, ou mesmo qualquer pessoa, pode batizar, derramando água sobre a cabeça do batizando e dizendo a fórmula batismal: ‘Eu te batizo em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo’. O Batismo é tão importante, que até uma pessoa que não é cristã pode ser o seu ministro. Ela apenas tem de ter a intenção de fazer o que a Igreja faz quando batiza» (YOUCAT 198).

Como é celebrado o batismo?

Há a fórmula breve, usada em caso de «emergência», perigo de morte. De facto, «o rito essencial do Batismo consiste em mergulhar na água o candidato ou em derramar água sobre a sua cabeça, invocando o nome da Santíssima Trindade» (CIC 1278). Mas há outros elementos simbólicos usados na celebração solene do Batismo. Vamos apresentá-los no próximo tema.

Quando se pode batizar?

Já sabemos que a Igreja prevê a possibilidade de celebrar o batismo em qualquer etapa da vida, atendendo à especificidade de cada pessoa. Agora, apresentamos dois pontos importantes retirados do Ritual da Celebração do Batismo das Crianças (Preliminares, 8-9): «deve fazer-se dentro das primeiras semanas após o nascimento da criança»; «recomenda-se que o sacramento seja celebrado na Vigília Pascal ou ao domingo».

Onde se pode batizar?

Sem excluir outras possibilidades, o lugar mais apropriado para a celebração do Sacramento do Batismo é a igreja paroquial (onde residem os pais): «para se ver mais claramente que o Batismo é o sacramento da fé da Igreja e da agregação ao povo de Deus, celebrar-se-á habitualmente na igreja paroquial» (Ritual da Celebração do Batismo das Crianças. Preliminares, 10).

«O Batismo insere na comunhão com Cristo e assim dá vida. [...] O Batismo é um dom; o dom da vida. Mas um dom deve ser acolhido, deve ser vivido. Um dom de amizade exige um ‘sim’. [...] É o nosso ‘sim’ a Cristo, o ‘sim’ à vida no tempo e na eternidade» (Bento XVI, Homilia a 8 de janeiro de 2006).






Reflexões semanais sobre a «fé celebrada» (liturgia e Sacramentos) — Laboratório da fé, 2013
Postado por Marcelino Paulo Ferreira | 12.12.13 | Sem comentários
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