A catequese no Laboratório da fé
Que orientações fecundas poderão oferecer os catequistas às crianças para que mais tarde possam representar Deus e as suas realidades espirituais?
Jesus gostava de parábolas, das histórias simples e da nanoPalavra.
Acredito que é preferível utilizar na catequese uma linguagem sensível, por exemplo, a das metáforas das parábolas, para evitar que orientações doutrinais e muito sábias desabem e sejam mais tarde, na idade adulta, esquecidas ou postas em questão. Muitas crianças não têm o sentido espiritual porque não o suscitamos nelas, deixamos que a dimensão teológica e eclesial se sobreponha à grandeza espiritual.
Se há uma idade privilegiada é a da infância, que se abre ao mundo, e aos outros, pelos 5 sentidos, um deles é o espiritual!
Se pedirmos a uma criança uma representação de Deus, imediatamente nos revela um Deus fisicamente muito próximo. A existência humana de Jesus fica marcada nas crianças, a representação do bebé do presépio e do menino ao colo de sua mãe, são imagens muito fortes de como a criança vai perceber Deus. O conhecimento de Deus é o conhecimento de si mesmo. É um aprender a relacionar-se com ele.
Por isso, na catequese aprendo sempre muito com as crianças a conhecer Deus, implicando-me na sua imagem. É imprescindível a abertura à confiança plena em Deus. A nanoConfiança que me permitirá, tal como cada criança, ser capaz de Deus.
Ser capaz de Deus é maravilhar-se pelo nano no «laboratório da fé». O Amor é maior que a nossa capacidade de o verbalizarmos. Fiquemos então, na catequese, com a nanoPalavra.
Para continuar o nanoCredo:
Também por nós foi desnudado sob o nosso desprezo
destruído
E foi lixo.
Ressuscitou como um jardineiro,
conforme a nanoPalavra;
E desceu aos infernos,
onde está sentado à direita do nada
de novo há-vir tocar-nos,
para amar os impotentes;
E a fome do pai não terá fim.
© Luísa Alvim, catequista de coisas invisíveis na terra visível
© Laboratório da fé, 2013
NanoCredo
Creio
em ti,
pai maternal
amor poderoso,
criador do inútil e do imperfeito,
de todas as coisas nano e mínimas.
Creio no sorriso de Jesus nas crianças
Filho do mistério do amor
Pré-Natal desde sempre:
Deus em mim, Luz da Luz
Deus do imprestável de Deus dos cansaços;
Sem-abrigo, não acabado
Confiante ao Pai.
Por Ele tudo está inacabado.
E por nós, frágeis corpos,
E para o nosso cérebro mais amplo que os céus.
E chegou ao íntimo pelo Espírito Santo,
no misterioso cérebro humano,
E se fez menino.
Também por nós foi desnudado sob o nosso desprezo
destruído
E foi lixo.
Ressuscitou como um jardineiro,
conforme a nanoPalavra;
E desceu aos infernos,
onde está sentado à direita do nada
de novo há-vir tocar-nos,
para amar os impotentes;
E a fome do pai não terá fim.
Luísa Alvim, mãe de 3 filhos, sonhadora do impossível, é catequista de coisas invisíveis na terra visível, na paróquia de S. Victor, em Braga. Técnica superior na área de Biblioteca e Documentação na Câmara Municipal de V. N. de Famalicão, desde 1995. Atualmente trabalha na Casa de Camilo - Museu e Centro e Estudos. Licenciada em Filosofia, pós-graduada em Ciências Documentais, Mestre em Ciência da Informação, e Doutoranda em Ciência da Informação e membro integrado do Centro e Investigação CIDEHUS na Universidade de Évora.
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