Mês de maio, Mês de Maria
Prezados jovens amigos,
Preparamo-nos agora para rezar juntos a oração encantadora do Angelus. Nela reflectiremos sobre Maria, jovem mulher em diálogo com o Anjo que, em nome de Deus, a convida a uma particular doação de Si mesma, da sua vida, do seu próprio futuro de mulher e mãe. Podemos imaginar como deveria sentir-se Maria naquele momento: cheia de trepidação, totalmente baralhada com a perspectiva que lhe foi apresentada.
O Anjo compreendeu a sua ansiedade e logo procurou tranquilizá-la: «Não tenhas receio, Maria (…). O Espírito Santo virá sobre Ti e a força do Altíssimo estenderá sobre Ti a sua sombra» (Lucas 1, 30.35). Foi o Espírito que lhe deu a força e a coragem para responder ao chamamento do Senhor. Foi o Espírito que a ajudou a compreender o grande mistério que estava para se realizar por meio dela. Foi o Espírito que a envolveu com o seu amor, tornando-a capaz de conceber no seu ventre o Filho de Deus.
Esta cena constitui talvez o momento cardinal na história do relacionamento de Deus com o seu povo. Ao longo do Antigo Testamento, Deus fora-Se revelando de forma parcial mas gradual, como todos fazemos nas nossas relações pessoais. Foi preciso tempo para que o povo eleito aprofundasse a sua relação com Deus. A Aliança com Israel foi uma espécie de período de galanteio, um longo namoro. Chegou depois o momento definitivo, o momento do matrimónio, a realização duma nova e eterna aliança. Naquele momento, Maria, diante do Senhor, representava toda a humanidade: na mensagem do Anjo, era Deus que fazia uma proposta de matrimónio à humanidade; e Maria, em nosso nome, disse sim.
Nas fábulas, a narração termina aqui: e todos, «desde então, viveram felizes e contentes». Na vida real, não é tão fácil… Foram muitas as dificuldades com que Maria Se debateu ao enfrentar as consequências daquele «sim» dito ao Senhor. Simeão profetizou que uma espada haveria de trespassar-lhe o coração. Quando Jesus tinha doze anos, Ela experimentou os piores pesadelos que um progenitor pode viver: durante três dias, teve de aguentar o extravio do Filho. E, depois da atividade pública de Jesus, sofreu a agonia de presenciar a sua crucifixão e morte. Através das várias provações, manteve-se sempre fiel à sua promessa, sustentada pelo Espírito de fortaleza. E foi por isso mesmo recompensada com a glória.
Queridos jovens, também nós devemos permanecer fiéis ao «sim» com que acolhemos a oferta de amizade feita pelo Senhor. Sabemos que Ele nunca nos abandonará. Sabemos que sempre nos apoiará com os dons do Espírito. A «proposta» do Senhor, Maria acolheu-a em nosso nome. E agora, voltemo-nos para ela e peçamos-lhe que nos guie no meio das dificuldades para permanecermos fiéis àquele relacionamento vital que Deus estabeleceu com cada um de nós. Maria é o nosso exemplo e a nossa inspiração. Que Ela interceda por nós junto do seu Filho e, com amor materno, nos proteja dos perigos!
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