— Todo tiene su momento - blog de Pedro Jaramillo —
Segunda-feira da quinta semana
— Evangelho segundo João 8, 1-11*
Naquele tempo, Jesus foi para o Monte das Oliveiras. Mas de manhã cedo, apareceu outra vez no templo e todo o povo se aproximou d’Ele. Então sentou-Se e começou a ensinar. Os escribas e os fariseus apresentaram a Jesus uma mulher surpreendida em adultério, colocaram-na no meio dos presentes e disseram a Jesus: «Mestre, esta mulher foi surpreendida em flagrante adultério. Na Lei, Moisés mandou-nos apedrejar tais mulheres. Tu que dizes?». Falavam assim para Lhe armarem uma cilada e terem pretexto para O acusar. Mas Jesus inclinou-Se e começou a escrever com o dedo no chão. Como persistiam em interrogá-l’O, Ele ergueu-Se e disse-lhes: «Quem de entre vós estiver sem pecado atire a primeira pedra». Inclinou-Se novamente e continuou a escrever no chão. Eles, porém, quando ouviram tais palavras, foram saindo um após outro, a começar pelos mais velhos, e ficou só Jesus e a mulher, que estava no meio. Jesus ergueu-Se e disse-lhe: «Mulher, onde estão eles? Ninguém te condenou?». Ela respondeu: «Ninguém, Senhor». Jesus acrescentou: «Também Eu não te condeno. Vai e não tornes a pecar».
* O Leccionário apresenta duas hipóteses para o evangelho, na segunda-feira da quinta semana da Quaresma. A primeira hipótese é aconselhada para os Anos A e B, uma vez que no Ano C se trata do mesmo texto proclamado no dia anterior (quinto domingo da Quaresma: João 8, 1-11). A segunda hipótese é aconselhada para o Ano C (João 8, 12-20). O autor da reflexão que se segue, manteve a primeira hipótese...
* O Leccionário apresenta duas hipóteses para o evangelho, na segunda-feira da quinta semana da Quaresma. A primeira hipótese é aconselhada para os Anos A e B, uma vez que no Ano C se trata do mesmo texto proclamado no dia anterior (quinto domingo da Quaresma: João 8, 1-11). A segunda hipótese é aconselhada para o Ano C (João 8, 12-20). O autor da reflexão que se segue, manteve a primeira hipótese...
— «Ninguém te condenou? [...] Também Eu não te condeno»
É uma narração simples, mais ao estilo de Lucas que de João, onde se cruzam sentimentos e reações. Trata-se de um ensinamento através da ação. Jesus, sentado, instruía todos os que se aproximavam dele. A cena da mulher adúltera faz parte do ensinamento. Jesus ensina com palavras, mas também com gestos.
A intenção dos escribas e fariseus é armar uma cilada contra Jesus: vai decidir pelo cumprimento da Lei de Moisés, qua mandava apedrejar as adúlteras, ou, contra a Lei, invocará também o perdão e a misericórdia? Os dois mandamentos da Antiga Aliança estão em Levítico 20, 10 e Deuteronómio 22, 22 e referem-se tanto ao adúltero como à adúltera (é mais um caso que prova que não se pode ler o Antigo Testamento sem a luz de Jesus, pois, de outro modo, estaríamos a apedrejar as adúlteras).
Jesus não responde diretamente. Provoca uma cena muito expressiva. A resposta entra-lhes pelos olhos: «quem de entre vós estiver sem pecado atire a primeira pedra».
Na proposta, há uma reflexão importante: não são pecadores apenas aqueles que chamamos de «pecadores públicos». O pecado, como realidade interior, não se vê publicamente, mas tem a mesma gravidade.
Os escribas e os fariseus entendem bem a «indireta» que Jesus lhes lança. Aquele ir saindo a começar pelos mais velhos é um reconhecimento da verdade da nossa condição de pecadores.
Agora, já só Jesus com a mulher: «Eu também não te condeno. Vai e não tornes a pecar». Jesus não condena, perdoa.
A intenção dos escribas e fariseus é armar uma cilada contra Jesus: vai decidir pelo cumprimento da Lei de Moisés, qua mandava apedrejar as adúlteras, ou, contra a Lei, invocará também o perdão e a misericórdia? Os dois mandamentos da Antiga Aliança estão em Levítico 20, 10 e Deuteronómio 22, 22 e referem-se tanto ao adúltero como à adúltera (é mais um caso que prova que não se pode ler o Antigo Testamento sem a luz de Jesus, pois, de outro modo, estaríamos a apedrejar as adúlteras).
Jesus não responde diretamente. Provoca uma cena muito expressiva. A resposta entra-lhes pelos olhos: «quem de entre vós estiver sem pecado atire a primeira pedra».
Na proposta, há uma reflexão importante: não são pecadores apenas aqueles que chamamos de «pecadores públicos». O pecado, como realidade interior, não se vê publicamente, mas tem a mesma gravidade.
Os escribas e os fariseus entendem bem a «indireta» que Jesus lhes lança. Aquele ir saindo a começar pelos mais velhos é um reconhecimento da verdade da nossa condição de pecadores.
Agora, já só Jesus com a mulher: «Eu também não te condeno. Vai e não tornes a pecar». Jesus não condena, perdoa.
— Sinais para o caminho de fé
- Uma fé madura não significa uma fé intransigente, sobretudo, com o próximo. A dureza do coração vem-nos da falta de experiência da graça e de ter vivido a fé simplesmente como cumprimento rigorista de preceitos.
- A fé é uma realidade que agarra a profundidade do coração. A falta de fé viva, que se manifesta nos nossos pecados, é também uma realidade interior. Tudo o que nos separa de Deus, ainda que não seja público, é uma infidelidade da nossa parte.
- Uma fé verdadeira faz com que tenhamos progressivamente na nossa vida «os mesmos sentimentos de Cristo Jesus». No casa do mulher adúltera, esses sentimentos são de perdão e não de condenação.
- O perdão nunca se pode confundir com «licença para pecar». Em matéria de fidelidade é mais exigente o amor do que o medo. Jesus pede à mulher: «não tornes a pecar».
- As expressões religiosas do medo, terror e ameaça não têm nada a ver com a fé em Jesus..., embora muitos as querem utilizaram para que o povo «se converta». A única conversão faz-se «por atração» e não por imposição, mesmo que seja uma imposição psicológica.
© Pedro Jaramillo
© tradução e adaptação de Laboratório da fé, 2013
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