— Todo tiene su momento - blog de Pedro Jaramillo —

Sábado da terceira semana


— Evangelho segundo Lucas 18, 9-14

Naquele tempo, Jesus disse a seguinte parábola para alguns que se consideravam justos e desprezavam os outros: «Dois homens subiram ao templo para orar; um era fariseu e o outro publicano. O fariseu, de pé, orava assim: ‘Meu Deus, dou-Vos graças por não ser como os outros homens, que são ladrões, injustos e adúlteros, nem como este publicano. Jejuo duas vezes por semana e pago o dízimo de tudo quanto possuo’. O publicano ficou a distância e nem sequer se atrevia a erguer os olhos ao Céu; mas batia no peito e dizia: ‘Meu Deus, tende compaixão de mim, que sou pecador’. Eu vos digo que este desceu justificado para sua casa e o outro não. Porque todo aquele que se exalta será humilhado e quem se humilha será exaltado».

— Para alguns que se consideravam justos e desprezavam os outros

Para entender bem a parábola, é interessante atender à razão pela qual Jesus a diz. A indicação de Lucas está bem esclarecida: «para alguns que se consideravam justos e desprezavam os outros».
Dois personagens. Dois tipos de oração. Dois resultados. Os personagens: o fariseu e o publicano. O fariseu é caracterizado nos relatos evangélicos como quem cuida do religioso por fora e não se preocupa pelo que se passa no seu interior. O publicano é considerado um pecador público.
Dois tipos de oração: a do fariseu está cheia de autosuficiência e de desprezo. Autosuficiência que o leva a apresentar a Deus os seus «haveres» (o que tenho): o jejum e o pagamento do dízimo. Desprezo porque se compara com os outros, recordando os pecados que cometem: ladrões, injustos, adúlteros... como esse «desgraçado» publicano.
Na oração, o publicano apresenta a Deus o que «deve» (o que me falta); na humildade de coração expressa-o com sinais: não levantava a cabeça e batia no peito. Mas, sobretudo, expressava a petição: «Meu Deus, tende compaixão de mim, que sou pecador».
Dois resultados: o publicano volta para casa «novo» («justificado», que significa «feito justo») e o fariseu volta o mesmo que entrou: era os que se considerava justo; não precisava que Deus o fizesse justo; pensava que já o era.
A parábola termina com um louvor à humildade (Santa Teresa: «a humildade é a verdade»): «todo aquele que se exalta será humilhado e quem se humilha será exaltado». A verdadeira oração pede atitudes. A oração não «habita» no soberbo. É preciso saber muito «de» Deus para orar com humildade.

— Sinais para o caminho de fé

  • A fé tem uma expressão privilegiada na oração: «a oração da fé». O núcleo da nossa «re-ligação com Deus» é justamente o aceitar alegremente a nossa de-pendência d'Ele. Uma de-pendência gozosa, porque Deus manifestou-se, em Cristo, como amor. E de-pender do amor é um convite a ser no amor. Quanto mais somos «de», mais somos «para».
  • «Tudo o que sou e tudo o que tenho é teu». A resposta da fé é um ato humano que se realiza no contexto da gratuidade e reconhecimento. O autêntico crente é agradecido, humilde e «agraciado». 
  • A fé prepotente, soberba, exclusiva, despreciativa... é uma caricatura da verdadeira fé. Pode, além disso, coincidir com expressões puramente externas. «Muito parra e pouca uva». Todas as boas obras do fariseu da parábola reduzem-se a duas: jejuar e pagar o dízimo. E o coração?
  • Para chegar ao coração da fé, é preciso olhar para a súplica de quem tudo espera de Deus. O publicano: «tende compaixão de mim, que sou pecador». Re-fazer a vida a partir de Deus. A maior esperança! Mas sempre uma «esperança ativa». A oração não é um convite à passividade.
© Pedro Jaramillo
© tradução e adaptação de Laboratório da fé, 2013
— a utilização ou publicação deste texto precisa da prévia autorização do autor —




Postado por Marcelino Paulo Ferreira | 9.3.13 | Sem comentários
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