Meditação para a celebração da Paixão de Jesus Cristo

Paixão de Jesus Cristo

«‘Tu não és dos discípulos desse homem?’. Ele respondeu: ‘Não sou’. [...] ‘Tu não és também um dos seus discípulos?’. Ele negou, dizendo: ‘Não sou’. [...] ‘Então eu não te vi com Ele no jardim?’. Pedro negou novamente» (cf. João 18, 1 — 19, 42).
Antes ainda, deste episódio, vemos Pedro, bravo e corajoso, a defender Jesus daqueles que o queriam prender. E corta a orelha a um. Mas Jesus ordena-lhe que não se sirva da espada, que a coloque de novo na bainha. Para Jesus Cristo, a violência nunca é uma solução. 
As negações de Pedro — tal como ontem ao tentar impedir que Jesus lhe lavasse os pés — representam as negações de todos, de qualquer discípulo ao longo da história. «Pedro negou novamente»... tal como hoje continuamos a negar Jesus! Quantas vezes questionados sobre a nossa identidade cristã, temos a mesma resposta de Pedro: «Não sou»?! Às vezes, negamo-lo com as palavras; outras vezes, com os gestos e atitudes de vida. 
Jesus Cristo ensina Pedro e cada um de nós a assumir duas atitudes, uma passiva outra ativa: a não violência e o perdão. «Um pouco de misericórdia [perdão] torna o mundo menos frio e mais justo» — disse o Papa Francisco. E acrescentou: «Não esqueçamos esta verdade: Deus nunca Se cansa de nos perdoar; nunca! [...] O problema está em nós que nos cansamos e não queremos, cansamo-nos de pedir perdão. Ele nunca se cansa de perdoar, mas nós às vezes cansamo-nos de pedir perdão. Não nos cansemos jamais, nunca nos cansemos!». 
Jesus Cristo, até na cruz, perdoa e ama. E ao morrer, perdoando e amando, rompe a espiral de violência daqueles que só atraiçoam e odeiam. Ao não responder com ódio, vence o ódio e mata-o no seu próprio corpo. É assim que Jesus nos ensina a viver em comunidade: no perdão! 
«Errar é humano» — diz-se, com verdade. E nós podemos acrescentar: ser cristão é pedir perdão e recomeçar. Ser cristão é levantar-se, depois da queda. Ser cristão é sentir-se perdoado e acolhido. Assim é a lógica de Deus: as traições não terminam no ódio e na violência, mas sempre no perdão; as quedas, as negações, as cruzes e as mortes não acabam no precipício, mas sempre na ressurreição.
Por isso, voltaremos a encontrar Pedro, no primeiro dia da semana, a correr para confirmar que o sepulcro está vazio!

© Laboratório da fé, 2013
Postado por Marcelino Paulo Ferreira | 29.3.13 | Sem comentários
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