Reflexão para a celebração da Ceia de Jesus Cristo


Há em nós um certa ou grande dificuldade em entender a vida de Jesus Cristo. Pedro representa as dificuldades de todos, de qualquer discípulo ao longo da história: «Nunca consentirei que me laves os pés». A atitude de Pedro mostra a nossa resistência em acolher o dom de Deus. 
Não se tratava de um rito de purificação, nem responde a nenhuma necessidade urgente: não havia nenhum problema em ter os pés sujos! A toalha colocada à cintura e a disposição para lavar os pés não é uma anedota ou um apontamento humorístico da parte de Jesus Cristo. E também não o podemos reduzir a um simples ato formal de humildade. Até porque Jesus não era muito dado a formalismos. 
Sem dúvida, foi uma ação profética. Tratou-se de um acontecimento simbólico e normativo: a entrega e o serviço são a marca da identidade cristã. Jesus insiste e explica que neste gesto está a identidade do discípulo: o serviço aos outros é o coração da vida cristã. Os dois gestos realizados por Jesus naquele dia — entrega do pão e do vinho e o lava-pés — não são elementos justapostos, mas constituem a mesma realidade. 
Uma eucaristia celebração com devoção, mas que começa e termina dentro do templo (da igreja), não é a eucaristia de Jesus Cristo. Celebrar a eucaristia é aceitar o compromisso de viver o Evangelho no serviço à comunidade, isto é, aos outros. Quando não há entrega, serviço, podemos dizer que também não há eucaristia!

© Laboratório da fé, 2013
Postado por Marcelino Paulo Ferreira | 28.3.13 | Sem comentários
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