— Documento de trabalho [7] —

3. Visão crítica. Criadores de uma nova cultura

As Igrejas são chamadas a enfrentar um enorme desafio, a compreender uma nova língua e um novo modelo comunicativo, dialetos locais, para ajudar a construir códigos nos quais a visão cristã seja determinante.

Atitudes principais
  1. Construir uma gramática elementar da existência que consiga transformar vagabundos perdidos ao longo de caminhos aborrecidos e sem saída em peregrinos tanto ao nível afetivo, cultural, espiritual ou religioso. Uma vez que não se definirão pelas suas posturas, mas pelos seus itinerários, será necessário recorrer à via do significado para aceder à verdade. 

  2. Libertar pessoas dependentes do ambiente sociocultural em busca de gratificações sensoriais imediatas em pessoas autónomas e independentes. Valorizar a experiência do corpo como lugar de abertura à mensagem cristã. Ajudar a superar a nostalgia de modelos do passado, às vezes radicais, procurar modalidades típicas de hoje e oferecer respostas à procura, às vezes vaga e distorcida, de sentido e de esperança. 

  3. Oferecer formação para organizar a enorme quantidade e diversidade de informação, para criar pontos de referência e superar o medo do futuro. Oferecer conteúdos que permitam comparar, partilhar e decidir. 

  4. Compreender o desejo de vida comunitária, procurado mediante a pertença a bandas ou pequenas tribos, e criar espaços de vida de amor puro, altruísta, atento à promoção do bem comum. Caminhar com os jovens, partilhando alegrias e inquietações, criando redes de grupo que possam recolher afinidades numa sociabilização forte. 

  5. Acolher o desejo dos jovens de uma dimensão profética forte do Evangelho, em denúncia de hipocrisias, de fingimentos e incoerências, sem temer a proscrição social, familiar ou religiosa e alimentar a esperança que liberta da superficialidade e da apatia e compromete na justiça social, nas causas ecológicas e nos movimentos para superar preconceitos.

  6. Diante de uma cultura da comunicação contínua, comunicar a nossa experiência, o nosso amor e estima, projetos de vida, tornando-os possíveis e experimentáveis, com uma presença concreta, inovadora, que se insere em territórios simbólicos abertos à conectividade. 

  7. A poesia e a arte, confinadas hoje à periferia da plataforma denotativa, servem em contrapartida para passar à evocação e à criatividade, e oferecem jogos de responsabilidade personalizados, linguagem de fronteira, capacidade de encontrar um estilo próprio, que é elemento obrigatório nas subculturas juvenis. 

  8. Perante a cultura de massas, oferecer proximidade como educadores que sabem olhar as novas gerações, não como um mundo opaco e misterioso, mas reconhecendo a fragilidade e a sensibilidade dos jovens. Aos que sentem necessidade de modelos, oferecer propostas de paternidade e maternidade competentes e exigentes diante da situação de orfandade, por causa da ausência ou do excesso de pais, e perante a forte competência das redes eletivas de amigos.
© Pontíficio Conselho da Cultura 
© Tradução de Laboratório da fé, 2013, a partir do texto oficial em espanhol


Postado por Marcelino Paulo Ferreira | 6.2.13 | Sem comentários
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